Debate virtual: do QAnon à dívida de Trump

Cada candidato para a presidência dos EUA discursou em estações televisivas diferentes onde também aproveitaram para responder a perguntas de espetadores.

Se o primeiro debate entre os dois candidatos à Presidência dos Estados Unidos da América provocou estranheza, dada a agressividade e troca de insultos, o segundo foi… ainda mais estranho.

Depois de, na semana passada, Donald Trump ter recusado participar no segundo debate da campanha, que deveria acontecer na quinta-feira, após os organizadores terem anunciado que este aconteceria de forma virtual, como medida de precaução, os dois candidatos participaram à mesma hora em dois programas televisivos com perguntas de eleitores.

Mais uma vez ficaram bem vincadas as posições contrastantes, nomeadamente sobre a forma como a pandemia foi gerida. «Nós somos vencedores», disse o Presidente no canal de televisão NBC, em direto, a partir de Miami, na Florida. «Fizemos um trabalho fantástico… As vacinas estão a chegar e os tratamentos estão a chegar».

Biden, por sua vez, jogou ao ataque. «Encontramo-nos numa situação em que temos mais de 210.000 mortos e o que está ele [Trump] a fazer? Nada», criticou o candidato democrata no canal de televisão ABC, transmitido a partir de Filadélfia, na Pensilvânia.

À semelhança do que aconteceu no primeiro debate, Trump voltou a recusar condenar explicitamente os movimentos de direita. Depois de ter dito ao grupo Proud Boys «para estarem a postos», desta vez o Presidente falou sobre o grupo QAnon, que acredita numa teoria da conspiração sobre um grupo de satânicos que lidera uma rede global de tráfico de crianças e que quer destronar o Presidente dos EUA.