Vaticano pode ter feito transferências de fundos associadas ao julgamento de George Pell

Imprensa italiana avança que o cardeal italiano Angelo Becciu terá enviado 700 mil euros para uma conta bancária na Austrália e que este dinheiro terá sido utilizado para subornar a testemunha que ajudou a condenar Pell.

As autoridades australianas revelaram esta quarta-feira que foram informadas pelo órgão de controlo de crimes financeiros de que, durante o julgamento contra o cardeal George Pell, condenado por abuso sexual de menores e entretanto absolvido, o Vaticano terá feito transferências de fundos.

A Polícia Australiana, que tem trabalhado neste assunto juntamente com a Comissão Independente Anticorrupção do Estado de Vitoria, onde o cardeal foi julgado, adiantou à agência espanhola Efe que estas são “informações relevantes para a investigação”. “É uma questão rotineira de troca de informação financeira entre a AUSTRAC (Australian Transaction Analysis and Reporting Centre) e a AFP (a Polícia Federal Australiana)”, explicaram as autoridades.

A imprensa italiana avança que o cardeal italiano Angelo Becciu terá enviado 700 mil euros para uma conta bancária na Austrália e que este dinheiro terá sido utilizado para subornar a testemunha que ajudou a condenar Pell.

Becciu foi, em setembro, obrigado pelo Papa Francisco a renunciar o cargo de prefeito da Congregação para as Causas dos Santos e aos Direitos como Cardeal, mas os advogados de defesa do cardeal defendem a inocência do cliente. Becciu é também suspeito de enviar fundos do Vaticano para a cooperativa do seu irmão, ou seja, crime de peculato.

Recorde-se que George Pell, depois de passar 13 meses na prisão, acabou por ser absolvido, em abril, pelo Supremo Tribunal da acusação de vários crimes de pedofilia.