Bankinter lucra 220,1 milhões de euros até setembro

Operação em Portugal alcançou os 33 milhões de euros.

O grupo Bankinter lucrou até setembro 220,1 milhões de euros, ainda assim, representa uma queda de 50,5%  face a igual período de 2019. "Apesar do contexto, continua a crescer a bom ritmo em todos as linhas, com o indicador de solvência reforçado e com um rácio de morosidade controlado. Ao mesmo tempo, o Bankinter aumentou a realização de provisões de forma a prevenir o impacto económico da pandemia, em linha com a estratégia de prudência seguida em todo este período, reforçando a cobertura total de forma muito significativa", revela em comunicado.

O resultado antes de impostos da atividade bancária ascende a 153,3 milhões de euros, menos 68,5% do que a 30 de setembro de 2019, devido à ausência das receitas extraordinárias de 2019 e, sobretudo, à realização de provisões para suportar o impacto da crise que, neste trimestre, aumentaram 51 milhões de euros devido ao agravamento do contexto macro e às novas previsões divulgadas pelo Banco de Espanha, somando nestes nove meses um total de 243,5 milhões de euros.

 Já o resultado da atividade bancária recorrente, ou seja, sem ter em consideração as provisões nem as receitas extraordinárias que a entidade registou no ano passado devido à compra do EVO (de 57,3 milhões de euros), seria apenas 7,6% inferior ao resultado de setembro de 2019, alcançando 396,8 milhões de euros.

Por seu lado, o resultado antes de impostos da Línea Directa alcançou 132,9 milhões de euros, mais 22,9% do que há um ano.

A margem de juros ascende a 927 milhões de euros no terceiro trimestre, mais 8% do que na mesma data de 2019, maioritariamente devido aos maiores volumes de crédito.

A margem bruta alcança 1.296,3 milhões de euros, mais 4,6% do que há um ano. Destas receitas, 71% provêm da margem de juros e 28% provêm de comissões, 359 milhões de euros, quase um terço dos quais são originados pelo negócio de gestão de ativos, sendo também importante o protagonismo que o negócio de transação de valores está a adquirir e do qual derivam comissões no montante de 69 milhões de euros, 26% superiores às do mesmo período de 2019.

 A margem de exploração antes de provisões termina o terceiro trimestre do ano em 694,6 milhões de euros, mais 6,8% do que há um ano, sendo que os custos operacionais neste trimestre são significativamente inferiores, em 3%, aos do terceiro trimestre de 2019. Quanto ao rácio de eficiência da atividade bancária com amortizações, melhora 100 pontos base face ao de há um ano, atingindo 48,1%.

Quanto ao balanço do Bankinter, os ativos totais do Grupo ascendem a 96.845 milhões de euros a 30 de setembro, mais 15% do que no mesmo período de 2019.

O total de crédito a clientes ascende a 63.344,3 milhões de euros, mais 6,7%. Considerando a atividade em Espanha, e excluindo o EVO Banco, o crescimento do crédito a clientes foi de 6,2%, o que compara com a média do setor de 2,2%, de acordo com os dados de agosto do Banco de Espanha.

Os recursos de clientes de retalho totalizam 62.638,7 milhões de euros, mais 9,6%. Sem o EVO, o crescimento destes recursos em Espanha foi de quase 11%, o que compara com a média do sector de 8,7%, de acordo com dados de agosto.

No que diz respeito ao Bankinter Portugal, assistiu-se a aumento de mais 10% na margem de juros, mais 11% na margem bruta e uma margem antes de provisões que cresce 60%, suportada também na contenção de custos, que diminuem 8%. A operação no mercado nacional "realizou provisões no valor de 8 milhões de euros de forma a prevenir o impacto da deterioração macroeconómica o que, juntamente com o facto de a instituição ter deixado de libertar provisões, como ocorria em exercícios anteriores, se traduz num resultado antes de impostos que diminui 36%, alcançando os 33 milhões de euros".