Queriam mudar o nome de hambúrguer vegetariano para disco e o de salsicha para tubo. Bruxelas não deixou

Hambúrguer vegetariano mantém a designação, mas órgão legislativo pretende criar novos nomes para alternativas a lacticínios.

O Parlamento Europeu (PE) aprovou, esta sexta-feira, uma proposta que proíbe designações como "alternativa 100% vegetal ao iogurte" ou "alternativa vegetal ao queijo". A ideia passa também por proibir termos como "estilo iogurte", "alternativa ao queijo" ou "substituto de manteiga".

Esta alteração enquadra-se na Política Agrícola Comum (PAC) e no âmbito da qual havia também a intenção de proibir as empresas europeias de utilizar as designações como "hambúrguer vegetariano" ou "salsicha de origem vegetal", proposta esta que, no entanto, não foi aprovada.

Este impedimento, caso tivesse sido aprovado, conduziria à necessidade de voltar a etiquetar os produtos existentes para que fossem ao encontro do novo enquadramento legal. Se o PE tivesse avançado com a proposta, as salsichas e os hambúrgueres vegetarianos seriam denominados de tubos ou discos vegetais. Por enquanto, os consumidores poderão contar com a habitual designação de hambúrguer vegetariano.

Sublinhe-se que havia muitas críticas à proibição dos nomes, mais de 260 mil cidadãos que já tinha a petição "Stop The Veggie Burger Ban" (em português, numa tradição literal, Parem a Proibição do Hambúrguer Vegetariano). Os signatários apelaram aos eurodeputados que rejeitassem a proposta que visava proibir as empresas de recorrer a termos como hambúrguer, salsicha ou bife. No texto de apresentação da petição, é possível ler: "O argumento principal que está por detrás desta proposta é evitar a confusão dos consumidores. Todavia, termos como 'veggie burger' ou 'veggie sausage' oferecem-nos informação importante acerca do sabor que podemos esperar de um produto", acrescentando também que os consumidores compram estes produtos porque sabem que proporcionam experiências e funcionalidades similares às dos produtos de origem animal.

Por outro lado, este movimento conta com o apoio de empresas como a European Alliance for Plant Based Foods (Aliança Europeia para os Alimentos à Base de Plantas/Origem Natural; que integra a Nestlé) que defendem que as emendas opõem-se à direção progressista da União Europeia. Na rede social Twitter, esta aliança deixou claro que não julga a comida "pela sua capa".

Foods are not 📚 – we DO judge them by their covers. Plant-based foods should be labelled to show how they can be used as alternatives to #meat and #dairy products. #StandUpForPlantBased and share this with your MEPs! https://t.co/Q05xvLO2ii

— European Alliance for Plant-based Foods (@EAPF_EU) October 5, 2020