Lucros da Navigator caem 49% para 75 milhões nos primeiros nove meses do ano

Até setembro, o endividamento líquido “reduziu-se de forma significativa” em 132 milhões de euros, para 644 milhões de euros, referiu o grupo.

 Os lucros da Navigator caíram 49% no período entre janeiro e setembro, em termos homólogos, para 75,2 milhões de euros, ainda que a empresa tenha registado uma recuperação no terceiro trimestre face ao anterior, adiantou o grupo, em comunicado.

"O terceiro trimestre de 2020 ficou marcado pela retoma gradual da procura de papéis de impressão e escrita, depois de um segundo trimestre muito influenciado pelas medidas de confinamento e consequente impacto ao nível do consumo de papel", indicou o grupo.

Nos primeiros nove meses deste ano, a Navigator contabilizou vendas de 1.044 milhões de euros, um valor 18,1% abaixo do obtido em igual período do ano passado.

O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) obtido até setembro foi de 210,5 milhões de euros, um decréscimo de 29,9% em relação ao período homólogo, adiantou a Navigator.

O grupo enquadra esta 'performance' do EBITDA "num contexto de forte queda do preço da pasta (- 25%), de redução de volumes de papel devido à pandemia (-14%) e de redução dos preços de papel (-7%)", lê-se no comunicado.

Até setembro, o endividamento líquido "reduziu-se de forma significativa" em 132 milhões de euros, para 644 milhões de euros, referiu o grupo.

No terceiro trimestre, ainda que as receitas tenham piorado face a igual período de 2019 (-17%), a Navigator conseguiu recuperar face aos três meses anteriores, com vendas totais de 348,4 milhões de euros, um crescimento de 20,3%.

O resultado líquido, por sua vez, neste período, aumentou 132,6% para 31,2 milhões de euros face ao trimestre anterior, mas registou um decréscimo de 40,7% em relação à mesma altura do ano passado. 

O EBITDA fixou-se em 70,4 milhões de euros, um crescimento de 36,1% em relação ao segundo trimestre deste ano, mas uma queda homóloga de 24,6%. 

"A Navigator conseguiu explorar a diversificação do seu modelo de negócio e registar um crescimento sequencial significativo no seu volume de negócios, que, conjugado com um conjunto enérgico de medidas de controlo de custos fixos e variáveis" permitiu atingir este valor de EBITDA, referiu o grupo.

Numa análise mais global, a empresa referiu que este "período ficou marcado pela queda expressiva no consumo global de papel em resultado da pandemia do covid-19, sobretudo no segundo trimestre, tendo-se assistido já no terceiro trimestre a uma recuperação expressiva, particularmente na Europa. A empresa conseguiu atenuar a quebra de vendas de UWF [papel de impressão e escrita] através de uma maior diversificação do seu negócio, com crescimento nas vendas de pasta e de 'tissue'", de acordo com a mesma nota.

A empresa recordou ainda que decidiu "rever substancialmente o plano de investimentos previstos para 2020, de um montante inicialmente estimado de 158 milhões de euros para cerca de 70 milhões de euros", sendo que "este valor, considerado numa lógica de caixa, foi novamente revisto para um pouco mais de 55 milhões de euros".

Assim, o valor de investimento dos primeiros nove meses foi de 69,7 milhões de euros, sendo "o montante comparável no mesmo período em 2019" de 118,9 milhões de euros, revelou o grupo.