Ensino superior. Manuel Heitor quer aulas presenciais aliadas a “sistemas híbridos”

“O ensino superior está sólido e recomenda-se”, declarou o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Na primeira reunião presencial com a Federação Académica do Porto (FAP) após ter estado infetado pelo novo coronavírus, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior defendeu que as aulas presenciais aliadas a “sistemas híbridos” constituem uma “recomendação em toda a Europa”.

Questionado acerca do eventual regresso ao e-learning, modelo de ensino à distância, Manuel Heitor afirmou que o relatório de acompanhamento do Ensino Superior datado de setembro deste ano, quando comparado com aquele que foi divulgado na mesma época do ano passado, “mostra solidez”.

“Foi um ano particularmente importante, apesar da crise”, constatou o ministro, citado pela Lusa, não esquecendo que “apesar da crise, foram contratados mais mil docentes, 600 investigadores e mais 1.100 colaboradores”. Na ótica de Manuel Heitor, “o Ensino Superior teve um investimento público considerável”, o que o leva a concluir que “o ensino superior está sólido e recomenda-se”.

Naquilo que diz respeito aos surtos de covid-19 que se têm verificado entre estudantes universitários, como os dois que foram registados no Instituto Politécnico de Bragança, o político explicou que as universidades “mostram que têm um controlo e que no meio estudantil [o surto] é menor do que noutros meios”.

“O pior orçamento dos últimos anos”

“Num ano de pandemia e do maior aumento do número de alunos nas universidades e politécnicos, o Governo apresentou uma proposta com o pior Orçamento dos últimos anos para o Ensino Superior e para a Ciência”, acusou o Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup). 

No mesmo comunicado, a associação explicou que as verbas do Estado que serão aplicadas na tutela de Manuel Heitor cresceram apenas 4% (138,5 milhões de euros) e não 17% (435 milhões), contrariamente aos dados que constavam no relatório do Orçamento do Estado. Para o SNEsup, mantém-se “o problema de grave asfixia financeira neste setor”.