Lucro da EDP cai 8% para 422 milhões de euros até Setembro

A operação em Portugal continua a dar prejuízos, uma vez que, registou perdas de 23 milhões de euros.

A EDP fechou o terceiro trimestre com um resultado líquido de 422 milhões de euros, o que representa uma queda de 8% face ao mesmo período do ano passado. Mas a operação em Portugal continua a dar prejuízos, uma vez que, registou perdas de 23 milhões de euros, aliás uma situação que se verifica desde 2018.  A pandemia teve um impacto de 54 milhões de euros.

A empresa liderada por Miguel Stilwell de Andrade explica que, os resultados foram penalizados por custos não recorrentes de 247 milhões de euros, incluindo os custos extraordinários com a antecipação do encerramento da central a carvão de Sines, a provisão sobre a devolução da “alegada sobrecompensação das centrais CMEC (Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual) no mercado de serviços de sistema entre 2009 e 2013 e o custo anual com a contribuição extraordinária sobre o setor energético (CESE). Uma situação que acabou por penalizar a operação no mercado nacional. 

Os investimentos de expansão líquidos subiram 34%, no período em causa, para 1,2 mil milhões de euros, com as renováveis a representar 89%. Já a dívida líquida da EDP totalizava 13 mil milhões de euros, menos 6% face a dezembro de 2019, “com impacto positivo do aumento de capital realizado em agosto.

Desde o início do ano, a empresa emitiu 2,2 mil milhões de euros de obrigações verdes a um custo médio de 1,7%, “com o financiamento sustentável a representar atualmente 30% da dívida da EDP”.

A elétrica disse ainda que “é expectável que um volume significativo de transações anunciadas ao longo dos últimos 12 meses seja concluído ainda em 2020”, onde se inclui a venda de duas centrais a gás e a certeira de clientes de retalho em Espanha, a venda de seis centrais hídricas em Portugal, bem como a aquisição da Viesgo em Espanha e consequente parceria com a Macquaire para a distribuição de eletricidade naquele país.

Tarifa social em  análise A empresa liderada por Miguel Stilwell de Andrade anunciou que vai pedir à Comissão Europeia uma análise sobre o mecanismo de financiamento da tarifa social a cargo dos produtores, uma vez que, desde 2011, foi imputado à elétrica um custo superior a 460 milhões de euros.

Lucro da EDPR também cai

A EDP Renováveis registou lucros de 319 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2020, uma redução de 7% em relação ao mesmo período de 2019. As receitas até setembro totalizaram 1259 milhões de euros, uma diminuição de 8% face ao ano anterior.

No final do terceiro trimestre, a empresa tinha um portfólio de ativos operacionais de 11,5 GW (gigawatts) com vida média de nove anos e no último ano construiu 875 MW (megawatts), incluindo uma participação de 50% num portfólio solar de 278 MW nos EUA.

Durante esse período, seguindo a sua estratégia de vendas (sell-down), a EDPR desfez-se de toda a sua participação no parque eólico de 137 MW Babilonia no Brasil e desmantelou 18 MW em Espanha, para “re-potenciação” desse mesmo parque eólico. No total, a variação líquida anual consolidada do portfólio da EDPR foi de +712 MW até 30 de setembro último.