Ex-presidente do Conselho Nacional de Saúde acusa Ricardo Mexia de ser “militante anti-governo”

Nas redes sociais, o ex-presidente do Conselho Nacional de Saúde, marido de Marta Temido, criticou Ricardo Mexia, presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública e militante do PSD. 

Jorge Simões, ex-presidente do Conselho Nacional de Saúde e marido da ministra da Saúde, Marta Temido, utilizou as redes sociais, esta quarta-feira, para criticar Ricardo Mexia, presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, por estar “em todo o lado”. O mote foi uma publicação de Mexia, médico e militante do PSD, sobre as eleições do Benfica. “Este homem está em todo o lado: técnico do INSA [Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge], comentador televisivo, militante anti-governo, militante ativo do PSD, presidente da AMSP, candidato à direção do Benfica. Calma! Faça algumas escolhas e pense nos conflitos de interesse!”, escreveu Jorge Simões num comentário a uma fotografia em que Ricardo Mexia mostrava que ia votar, integrando a lista do candidato Rui Gomes da Silva. “Tirando o militante anti-governo, que não sou, assumo todas com orgulho. E com separação de funções”, escreveu o médico. O antigo presidente da Entidade Reguladora da Saúde retorquiu que os dois têm “conceções diferentes de conflitos de interesse”. E Ricardo Mexia respondeu: “Não confundo técnica com política. E nos lugares de representação sou apenas a face visível de um grupo. Mas não deixo de perceber o que quer dizer. E reconheço-lhe crédito e legitimidade para fazer a crítica, na medida em que prescindiu da presidência do Conselho Nacional de Saúde”. 

Uma referência à renúncia ao cargo, em 2018, por motivos pessoais, quando  Marta Temido foi nomeada ministra da Saúde, substituindo Adalberto Campos Fernandes. 

A posição de Ricardo Mexia já tinha sido criticada publicamente na semana passada pelo especialista de saúde pública Jorge Torgal, em entrevista ao Público. “Hoje temos um colega meu no DN que faz política pelo partido dele”, disse o médico, isto um dia depois de Mexia ter dado uma entrevista ao DN com o título “Não é com conferências de imprensa que controlamos a doença, é com meios no terreno”.

A troca de galhardetes surgiu a propósito do Benfica, cujas eleições já tinham motivado questões sobre conflitos de interesses. Luís Filipe Vieira, agora reeleito, começou por ter na comissão de honra o primeiro-ministro e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Após a polémica, Vieira retirou-os da comissão.