Lucro do BPI caiu 66% para 85,5 milhões até setembro

 A instituição financeira justifica esta queda com a constituição de 100 milhões de euros em imparidades de crédito. O banco conta atualmente com 108,6 mil contratos abrangidos pelas moratórias, num total de 6127 milhões de euros.

O lucro do BPI caiu 66% para 85,5 milhões de euros até setembro. No ano passado tinha registado um resultado líquido de 253,6 milhões de euros. A instituição financeira justifica esta queda com a constituição de 100 milhões de euros em imparidades de crédito, mas explica que "incluem imparidades não alocadas em contexto covid-19". 

Ainda assim, garante que o banco apresentou uma atitude de "prudência", que levou a um aumento da constituição de imparidades, mas que foi compensado pelo "forte dinamismo comercial".

A atividade em Portugal  registou um lucro de 47,4 milhões e só no terceiro trimestre do ano, o resultado ascendeu a 40,9 milhões de euros. 

Os depósitos de clientes aumentam 2271 milhões de euros (+9,9%), para um total de 25.287 milhões de euros no final de setembro. Feitas as contas, os recursos totais de clientes, que contabilizam ainda os ativos sob gestão e as ofertas públicas de subscrição, cresceram 6% e totalizaram 35.954 milhões de euros.

Já a carteira de crédito subiu 861 milhões de euros (+3,5%), totalizando 25,2 mil milhões de euros, registando-se aumentos tanto no crédito a particulares como a empresas. No caso dos particulares, o crédito à habitação cresceu 5,5% até setembro. Já o crédito a empresas subiu 6,6% no mesmo período.

Moratórias

O banco conta atualmente com 108,6 mil contratos abrangidos pelas moratórias, num total de 6127 milhões de euros, o equivalente a 24% da carteira total de crédito. A larga maioria destas moratórias, superior a 98%, está em "situação regular".

Deste total 2721 milhões de euros dizem respeito ao crédito à habitação, 388 milhões de euros ao crédito pessoal e automóvel e 3018 milhões de euros às empresas.

O BPI revela também que até setembro disponibilizou 3012 milhões de euros em linhas de crédito às empresas.

O banco destaca assim "a aplicação das moratórias de crédito a particulares e a empresas, a operacionalização das linhas de crédito de apoio às empresas com garantia do Estado criadas no âmbito da pandemia – adiantamento pelo BPI de até 20% do valor aprovado – e manutenção das linhas de crédito contratadas até 30 de setembro de 2020, sem alteração das taxas de juro".