Santander. Lucro cai 35% para 254,5 milhões até setembro

Moratórias abrangeram mais de 88 mil clientes correspondendo a mais 9 mil milhões de crédito, ou seja, cerca de 21% da carteira total.

Os lucros do Santander atingiram os 254,5 milhões de euros até setembro, o que representa uma queda de 25% face a igual período do ano passado, altura em que a instituição financeira registou um resultado líquido de 390,6 milhões de euros.  “Os resultados dos primeiros nove meses do ano registaram um decréscimo derivado do impacto que a pandemia covid-19 está a ter na nossa atividade, apesar de termos sentido uma melhoria quando comparamos o terceiro trimestre com o anterior. De realçar a evolução dos depósitos, do crédito e da base de clientes, que registaram um comportamento positivo”, disse a instituição financeira liderada por Pedro Castro Almeida. 

O CEO disse ainda que “no atual contexto de pandemia, o banco mantém como prioridade o reforço do seu apoio às famílias, negócios, empresas e sociedade em geral, tendo disponibilizado, entre outras medidas, moratórias para o crédito a particulares e empresas, complementando a moratória do Estado, com o objetivo de permitir a redução dos encargos destes empréstimos para os clientes”.

No final do setembro, as moratórias, legal e privada, tinham abrangido mais de 88 mil clientes correspondendo a um montante superior a 9 mil milhões de euros de crédito (cerca de 21% da carteira total). No âmbito das linhas de crédito com garantia do Estado, destinadas a mitigar os efeitos da pandemia, o Banco já aprovou um conjunto de operações no montante de cerca de 1,4 mil milhões de euros.

Já o total de crédito a clientes atingiu 42,5 mil milhões de euros, equivalente a uma subida de 5,4% face ao período homólogo e de 6,4% em relação ao final do ano anterior, enquanto os recursos de clientes totalizaram 43,3 mil milhões de euros, um aumento de 2,4% face ao mesmo período do ano passado, evolução suportada no acréscimo de 3,9% em depósitos.

Também nos depósitos é registada uma melhoria. Os depósitos de clientes cresceram perto de 4%, totalizando 36,3 mil milhões de euros e contribuindo para uma subida de 2,4% dos recursos totais de clientes, que se fixaram em 43,3 mil milhões. Os recursos de clientes foram impactados negativamente pela quebra de 4,4% nos fundos de investimento e de 5,3% nos seguros.

Por seu lado, as comissões líquidas caíram mais de 4,2% e totalizaram 274,4 milhões de euros, “refletindo os efeitos da pandemia sobre a atividade”.

Redução da estrutura

O Santander Totta está a avançar com um processo de rescisões por mútuo acordo, como já foi noticiado, mas, no último ano, a saída de pessoal já tem acontecido. O banco empregava, no fim de setembro, menos 194 funcionários do que em setembro de 2019, estando próximo de descer da fasquia dos 6000 trabalhadores.

A evolução do quadro de pessoal acompanhou o corte de balcões, sendo que a insígnia do Santander passou a estar apenas em 465 agências, menos 46 do que no fim do terceiro trimestre de 2019.