Outubro com “quebras dramáticas” de faturação da restauração e alojamento

Dados são conclusão do inquérito mensal da AHRESP.

Os setores da restauração e do alojamento ainda continuam a sofrer com as consequências da pandemia e com as restrições impostas pelo Governo. Pelo menos é isso que mostra o mais recente inquérito mensal da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) relativo ao mês de outubro que revela que 41% das empresas de restauração e 19% das empresas de alojamento têm intenção de requerer insolvência. Ao nível do emprego, 47% das empresas de restauração e 27% das empresas de alojamento indicaram que já efetuaram despedimentos desde o início da pandemia.

“Os resultados de mais um Inquérito Mensal da AHRESP –  Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal à atividade turística, confirmam o desespero das empresas e demonstram enormes dificuldades em conseguir manter os negócios e os postos de trabalho, caso não surjam apoios imediatos. A insolvência e os despedimentos são inevitáveis”, diz a AHRESP.

Na restauração e bebidas, 41% das empresas pondera avançar para insolvência, uma vez que as receitas realizadas e previstas não permitirão suportar todos os encargos que decorrem do normal funcionamento da sua atividade.

Para as empresas inquiridas, a faturação do mês de outubro foi devastadora, com mais de 43% das empresas a registarem quebras homólogas de faturação acima dos 60%.

Como consequência da forte redução de faturação, cerca de 14% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento dos salários em outubro e 11% só o fez parcialmente.

Assim, 47% das empresas já efetuaram despedimentos desde o início da pandemia. Destas, 27% reduziram o quadro de pessoal entre 25% e 50%, e 14% reduziram em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo. Cerca de 23% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano.

Já no setor do alojamento turístico, 23% das empresas não registaram qualquer ocupação no mês de outubro e 30% indicou uma ocupação máxima de 10%. Para o mês de novembro, cerca de 50% das empresas estimam uma taxa de ocupação zero, e mais de 24% das empresas perspetivam uma ocupação máxima de 10%. Para os meses de dezembro e janeiro a estimativa de ocupação zero agrava-se, sendo referida por mais de 57% das empresas.

Para as empresas inquiridas, a faturação do mês de outubro foi devastadora, com mais de 36% das empresas a registarem quebras homólogas de faturação acima dos 90%.

Com estas perdas, cerca de 19% das empresas pondera avançar para insolvência por não conseguirem suportar todos os normais encargos da sua atividade.

Face à redução de faturação, cerca de 21% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento dos salários em outubro e 9% só o fez parcialmente.

Além disso, 27% das empresas já efetuaram despedimentos desde o início da pandemia. Destas, 24% reduziram o quadro de pessoal entre 25% e 50%, e cerca de 30% reduziram em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo. Mais de 15% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano.

“A AHRESP considera que, com as novas restrições em grande parte do território português, o funcionamento das atividades económicas será necessariamente agravado, sendo por isso ainda mais urgente a disponibilização de medidas para estes setores”, defende a associação.