Surto em estabelecimento prisional de Tires regista mais de 150 infetados

Dos 158 infetados, dois são crianças.

Depois de terem sido concluídos os testes finais a todos os trabalhadores e reclusas do estabelecimento prisional de Tires, 158 pessoas testaram positivo à covid-19, segundo dados divulgados pelo Ministério da Justiça (MJ), das quais 148 são reclusas, duas são crianças e oito são trabalhadores – cinco guardas prisionais, dois profissionais de saúde e um auxiliar de cozinha de empresa externa. 

Recorde-se que o surto no estabelecimento prisional de Tires foi conhecido na sexta-feira passada, quando foram reportados 121 casos de covid-19, depois de terem sido testadas 320 reclusas. Este é o primeiro surto registado numa prisão em Portugal desde o início da pandemia.

De acordo com um comunicado do MJ, as reclusas estão  "genericamente assintomáticas" e encontram-se atualmente alocadas num Pavilhão do Estabelecimento Prisional de Tires, "onde permanecerão em isolamento, separadas da restante população prisional, e sob vigilância e acompanhamento, permanente de pessoal clínico do Hospital Prisional que foi para o efeito convocado”. As duas crianças infetadas estão encontram assintomática e também se encontram alocadas neste pavilhão, junto das mães que também testaram positivo, onde tem acompanhamento pediátrico. 

Para impedir a propação da doença, o MJ decidiu suspender todas as atividades de formação, tanto escolar como profissional, o trabalho e as visitas. No entanto, as reclusas continuam a ter permissão para “usufruir do tempo de recreio previsto na lei”, organizado em grupos e com muitos cuidados.  "A experiência já adquirida pela DGRSP demonstra que é durante o gozo do pátio a céu aberto que o risco de contágio se avoluma, pelo que é necessária especial cautela no usufruto deste inalienável direito dos reclusos”, sublinha o ministério.

Além do tempo de recreio, as reclusas continuam a ter acesso a cabines telefónicas, que são higienizadas após cada utilização.No que toca ás refeições, estas estão a ser servidas já empratadas nas celas para evitar ajuntamentos nos refeitórios, espaço que foi entretanto encerrado. 

De acordo com o MJ, as reclusas que testaram negativo ao novo coronavírus irão ser testadas novamente durante os próximos dias para impedir a propagação do novo vírus e consequentemente a segurança de todos.