O silêncio cúmplice

Nadine Devillers, Vincent Loquès e Simone Barreto Silva são nomes que não ficaram na memória colectiva, apesar de terem sido barbaramente assassinados apenas porque se encontravam a rezar numa Igreja católica, pedindo a Deus que os protegesse e aos seus.

Há poucos anos, após o homicídio de vários muçulmanos, ocorrido no interior de uma mesquita na Nova Zelândia e praticado por um tresloucado, por todo o mundo se organizaram manifestações de solidariedade para com o islamismo, apelando-se à concórdia entre os fiéis das diversas confissões religiosas e repudiando-se o fanatismo que levou à morte de inocentes quando oravam a Alá.

Há uns meses, na sequência da morte de um cadastrado negro às mãos de um polícia branco, consequência da resistência daquele a uma ordem de detenção, o mundo parou igualmente, sob o pretexto de se combater o racismo.

Ocorreram manifestações por todo o planeta, a maioria resvalando para actos de violência gratuita, vandalizaram-se estátuas, monumentos e outros edifícios públicos, bem como bens pertencentes a privados, como lojas comerciais e viaturas, como se todos, sem excepção, tivéssemos alguma responsabilidade pelo facto das forças de segurança norte-americanas terem nos seus quadros pessoal não apto para o desempenho de funções policiais de rua.

Mas, desta vez, o silêncio foi quase total. Não houve choros de pesar pelo martírio de quem não cometeu qualquer pecado, não houve protestos contra a intolerância religiosa, nem tão pouco alguém se lembrou de agitar o papão do racismo e da xenofobia.

Sim, porque uma das vítimas era mestiça. Uma cidadão brasileira, residente em França há três décadas e já portadora de passaporte francês.

Tivesse sido assassinada por um branco e os mamadus e os sos racismo lá do sítio teriam inundado as ruas, com idênticas acções a estenderem-se um pouco por todo o ocidente, incluindo aqui no burgo, clamando-se contra quem se deixa mover por um ódio de cariz racial.

Mas não, o carrasco não era branco, nem sequer europeu, mas sim um tunisino, acolhido recentemente em França por ter invocado a sua condição de refugiado.

E a Tunísia, como bem sabemos, é um dos países mais evoluídos e estáveis de todo o continente africano, onde não há guerras nem quaisquer outros tipos de conflito que levem os seus naturais a ter que procurar refúgio noutras paragens.

Os países europeus ocidentais persistem em cavar a sua própria sepultura, acolhendo, no interior das suas fronteiras, milhares de terroristas que se escudam em causas humanitárias, mas que têm como único objectivo a islamização da Europa e a consequente submissão das suas populações às leis impostas pelo Corão.

Para estes fanáticos do islão os católicos são os infiéis e o castigo que lhes deve ser aplicado é a morte, sendo que todo o muçulmano está vinculado à obrigação de executar essa sentença, seja em que lugar for.

E foi no cumprimento deste desígnio que este pretenso refugiado, proveniente de um país que nunca esteve em guerra, assassinou cruelmente três católicos, esfaqueando até à morte uma das suas vítimas e degolando as duas restantes.

Este acto ignóbil, praticado com requintes de malvadez, trás a nu a índole das gentes que a Europa, a coberto de um infundado gesto de receber quem, supostamente, foge de zonas de conflito, tem permitido que se instalem no seu território e disseminem o terror junto das comunidades que, generosamente, as albergam.

Estes terroristas, a quem as autoridades europeias concederam carta branca para actuarem com total impunidade, desprezam os valores ocidentais, em particular a nossa cultura, os nossos costumes e tradições e, em especial, a civilização cristã na qual nos inspiramos.

No entanto, e desengane-se quem pense o contrário, os atentados terroristas que têm fustigado o continente europeu somente têm sido possíveis graças ao silêncio cúmplice da grande maioria de uma sociedade que, cobardemente e rendida ao disparatado politicamente correcto, capitula perante o avanço das hordas que têm no Islão a justificação para as barbáries que praticam.

Um povo adormecido, incapaz de questionar os seus governantes quando por estes  são traídos por fecharem os olhos a uma invasão que, progressivamente, tem vindo a deixar parte da Europa a ferro e fogo.

Um povo que, ingenuamente, sai à rua para defender causas que não são as suas, mas que se remete ao silêncio e assobia para o lado quando o agressor fere dentro da sua própria casa.

Um povo que renega os valores herdados da civilização cristã, parecendo envergonhar-se por assumir as suas origens, transmitidas pelos seus antepassados ao longo de gerações.

Milhares de cristãos, que se recusam a esconder a sua Fé, são mortos anualmente um pouco por todo o globo,  sem que praticamente uma única voz de repúdio e protesto se faça ouvir.

Há escassos dias, 50 cristãos foram decapitados por radicais islamistas em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, país cujas origens estarão sempre associadas às nossas, mas da parte das nossas autoridades políticas nenhum gesto foi esboçado, em solidariedade para com aquele povo que se exprime em português.

Silêncio também ouvido da boca dos pseudo defensores dos direitos humanos cá da praça, mas que não se teriam calado se as vítimas rezassem a um Deus distinto do nosso.

A hipocrisia instalou-se, em definitivo, no seio da nossa sociedade. E disso todos somos culpados por via do silêncio cúmplice a que nos entregámos, uns por cobardia, outros por comodismo!