APED contesta restrições e defende que redução de horários vai gerar ajuntamentos à porta das lojas

“Concentrar as compras de natal em horários reduzidos, só contribuirá para provocar ajuntamentos de pessoas à porta das lojas”, sublinha a APED.

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) partilhou, esta quarta-feira, uma carta aberta ao primeiro-ministro, na qual contesta as restrições imposta pelo Governo em contexto de pandemia e deixa uma série de propostas que seriam mais benéficas para o setor e para a população.

“Concentrar as compras de natal em horários reduzidos, só contribuirá para provocar ajuntamentos de pessoas à porta das lojas, precisamente aquilo que se quer evitar, situação que acontece hoje com o setor do retalho especializado que foi literalmente fustigado desde o inicio da pandemia”, lê-se na carta da APED.

A associação defende antes um aumento do número de pessoas que podem estar no interior das lojas ao mesmo tempo, além da criaça de um pondo especifico de recolha de compras.

“Se ao rácio de pessoas em loja mais baixo da Europa, juntarmos esta limitação horária, no período mais importante do ano para o retalho especializado, não nos será possível continuar a operar de forma sustentada trazendo assim custos incalculáveis para o emprego e para o país. É por isso fundamental aumentar o rácio de 5 para 10 pessoas por 100 mt2 de forma a dar fluidez à circulação de clientes, situação que, aliás, tem o acordo da DGS”, sublinha.

“Uma outra medida relevante para o retalho especializado, seria autorizar o chamado ‘click and collect’, ou seja, permitir que o cidadão se desloque a um ponto de recolha em segurança, para levantar uma encomenda”, sugere.

A APED faz ainda questão de reiterar que os espaços comerciais “são lugares seguros, onde há confiança por parte dos colaboradores e consumidores e onde as pessoas não convivem, usam máscaras e têm um objetivo: ir às compras no menor tempo possível e em segurança”.

E lembra que o setor “tem demonstrando uma enorme capacidade de resiliência e inovação para fazer face às adversidades e para manter os mais de 130.000 postos de trabalho pelos quais é responsável, dando um contributo decisivo à indústria e para que toda a cadeia de valor esteja ativa”.

Recorde-se que o Governo impôs um recolher obrigatório, por duas semanas, entre as 23h e as 5h de segunda a sexta e entre as 13h e as 5h ao fim de semana, ao abrido do Estado de Emergência, decretado devido à pandemia.