Supermercados adaptam-se às medidas do Governo

Pingo Doce, Continente e Minipreço vão abrir mais cedo para evitar aglomerados.

Alguns supermercados apostaram na mudança de horários face às medidas anunciadas pelo Governo para 121 concelhos portugueses, que trazem algumas restrições e o recolhimento obrigatório a partir das 13h00 aos sábados e aos domingos durante os próximos dois fins de semana.

Os supermercados Pingo Doce, do grupo Jerónimo Martins, vão abrir uma grande parte das suas lojas às 6h30, encerrando às 22h00. Ao i, o grupo explicou a decisão. “Dadas as limitações à circulação impostas pelo estado de emergência nos próximos sábado e domingo, e tendo em conta também a possibilidade de haver restrições adicionais à circulação entre concelhos, o Pingo Doce vai abrir a maioria das suas lojas às 6h30 e encerrar às 22h00”. O objetivo é “contribuir para evitar a concentração de pessoas nas lojas no período da manhã”.

Face a esta mudança de horários, já há lojas do grupo que contam com esse anúncio à porta. Pelo menos é o que mostra uma imagem que circula pelas redes sociais. O objetivo, lê-se, é garantir “conforto e segurança” na hora de fazer as compras.

Também o Continente, do grupo Sonae, alterou os seus horários para maior conforto dos clientes. Assim, a abertura das lojas é antecipada para as 8h00. “Tal como aconteceu na primeira vaga da pandemia, estamos a analisar a situação e a ajustar os horários das lojas Continente a cada concelho, de forma a maximizar a segurança e o conforto dos nossos clientes. Neste momento, já antecipámos o horário de abertura de algumas lojas para as 8h00 e estamos também a estender os horários de encerramento”, diz a empresa em comunicado.

Já o grupo Dia – que conta com lojas como o Minipreço e a Clarel – vai contar com “horários flexíveis de abertura e fecho, adaptados às localidades onde estão inseridas. Como insígnia de proximidade, devemos continuar a servir da melhor maneira possível os nossos clientes, adaptando horários em função das especificidades de cada localidade”, refere o grupo em comunicado enviado ao Jornal Económico.

 

Mudanças geram queixas

Depois de o Pingo Doce ter anunciado a abertura às 6h30 começaram a ser enviadas algumas queixas para o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP). A garantia foi dada à Lusa por Filipa Costa, coordenadora do sindicato, que deixou o alerta: “Com ou sem estado de emergência, os direitos dos trabalhadores não estão suspensos”.

A responsável acrescentou ainda que o sindicato está também a “receber denúncias dos trabalhadores do setor retalhista, onde estão a querer alterar dias de descanso e horários”. “O que estamos a dizer é que há leis; não se pode agora, à última hora, porque dá mais jeito ao patrão, alterar horários para poder ganhar mais”. Daniela Soares Ferreira