Alegre e Pedro Nuno ao lado de Ana Gomes

Socialistas divididos entre Marcelo e Ana Gomes. Ala esquerda do partido recusa apoiar candidato de direita. Carlos César travou proposta para ouvir militantes.

Alegre e Pedro Nuno ao lado de Ana Gomes

Ana Gomes recebeu esta semana o apoio de vários destacados socialistas. Manuel Alegre, João Cravinho, Pedro Nuno Santos, Duarte Cordeiro e Tiago Barbosa Ribeiro, entre outros, declararam apoio à ex-eurodeputada socialista e recusam alinhar com um candidato de direita.

O PS decidiu, como se esperava, voltar a dar liberdade de voto nas presidenciais. A decisão foi tomada na reunião da Comissão Nacional, no último sábado, em que os socialistas se dividiram. Augusto Santos Silva, Fernando  Medina e Edite Estrela apoiaram a recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa.

A ala mais à esquerda, liderada por Pedro Nuno Santos, defendeu o apoio à candidatura de Ana Gomes. Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e ex-líder da JS, defendeu que não pode «apoiar uma candidatura de direita com uma visão política da sociedade distinta» da sua.

Ivan Gonçalves, deputado e ex-líder da JS, também divulgou nas redes sociais o seu apoio à militante socialista com o argumento de que «num momento em que o país enfrenta uma ameaça sanitária, uma ameaça económica, uma ameaça social e uma ameaça democrática, devemos procurar respostas no nosso campo político – a esquerda».

 

PS elogia Marcelo

A deliberação da Comissão Nacional do PS sobre as eleições presidenciais elogia o atual Presidente da República por ter sido «um importante contributo para que Portugal superasse a crise e retomasse o caminho do crescimento e da convergência com a União Europeia».

O Partido Socialista «faz uma avaliação positiva do atual mandato do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa», refere.

Sobre a candidatura de Ana Gomes, o PS diz que é uma «distinta militante socialista» e está entre aquelas que «defendem a Constituição e querem consolidar e reforçar o regime democrático».

A proposta para que fosse realizada uma consulta aos militantes sobre as presidenciais não foi discutida na reunião da Comissão Nacional. Daniel Adrião, líder da tendência minoritária que queria promover um referendo interno, lamenta a forma como a direcção do partido geriu este processo.

Na reunião, Adrião lembrou as divergências que existem entre o PS e Marcelo Rebelo de Sousa em áreas como a saúde, regionalização ou eutanásia.

O apoiante da candidatura de Ana Gomes defendeu ainda que «a liberdade de voto não era precisa para os socialistas apoiarem uma socialista. A pretensa liberdade de voto só́ é́ necessária para que dirigentes de topo do PS tenham ‘luz verde’ do partido para apoiar os nossos adversários».