Depois de OMS desaconselhar Remdesivir, farmacêutica reage e assegura eficácia

Após a OMS ter desaconselhado o uso deste medicamento, “por falta de provas de que seja eficaz”, a Gilead veio assegurar a sua eficácia, baseando-se na “na evidência sólida de múltiplos estudos aleatorizados e controlados”.

A Gilead Sciences, empresa farmacêutica norte-americana, lançou esta quinta-feira um comunicado a reiterar a sua confiança no medicamento Remdesivir, que foi ontem desaconselhado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o tratamento da covid-19.

“O Veklury (remdesivir) é reconhecido como tratamento padrão para doentes hospitalizados com COVID-19 nas orientações clínicas de inúmeras organizações nacionais conceituadas, incluindo, entre outros, o National Institutes of Health e a Infectious Diseases Society of America nos EUA, bem como os seus congéneres no Japão, Reino Unido e Alemanha.“ Assim define a Gilead o seu voto a favor do uso de Remdesivir como medicamento eficaz na luta contra a Covid-19.

Após a OMS ter desaconselhado o uso deste medicamento, “por falta de provas de que seja eficaz”, a Gilead veio assegurar a sua eficácia, baseando-se na “na evidência sólida de múltiplos estudos aleatorizados e controlados divulgados em publicações científicas revistas por pares, que validam os benefícios clínicos de Veklury, incluindo a recuperação significativamente mais rápida, que pode libertar recursos hospitalares limitados”.

A farmacêutica “lamentou” ainda que “as diretrizes da OMS pareçam ignorar esta evidência numa altura em que os casos estão a aumentar dramaticamente em todo o mundo”. Criticou ainda o ensaio Solidarity, que a OMS levou a cabo, definindo-o como sendo “global, multicêntrico e aberto, que deu prioridade a um acesso amplo a vários medicamentos investigacionais, resultando numa heterogeneidade significativa na adoção, implementação, controlos e populações de doentes. Existem muitas dúvidas se será possível retirar quaisquer conclusões definitivas dos resultados do estudo”.

Por outro lado, a Gilead agarrou-se ao ensaio ACTT-1 do National Institute of Allergies and Infectious Diseases que concluiu que “o tratamento com Veklury resultou em melhorias clinicamente significativas através de múltiplas avaliações de resultados em doentes hospitalizados com COVID-19”.

A farmacêutica demonstra assim o seu desagrado com as recomendações da OMS para a não utilização do Remdesivir, uma vez que, afirmam, “como antiviral, Veklury (Remdesivir) inibe a replicação do SARS CoV-2, o vírus que causa a COVID-19, reduzindo a carga viral no organismo”.