Devemos estar preparados para que a situação se torne mais complexa nos “próximos dias, semana, fim de semana”

Marta Temido diz que é necessário dar uma atenção especial à região Norte. 

A ministra da Saúde, Marta Temido, disse, este sábado, que devemos "estar preparados para que nos próximos dias, na próxima semana, no próximo fim de semana, nas primeiras semanas de dezembro a situação seja ainda muito complexa", especialmente na região Norte do país, onde têm vindo a ser registados mais óbitos e casos diários pelo novo coronavírus.

Segundo declarações da ministra, em declarações à Lusa, a evolução da pandemia não vai ser igual em todas as regiões do país, como já não foi na primeira vaga. "Nós começámos a primeira vaga por um elevado número de casos na região Norte, que depois desacelerou e quase atingiu o zero, com muito poucos casos diários, e assistimos à situação em Lisboa e Vale do Tejo de nunca termos baixado de 200, 300 casos por dia e, portanto, o comportamento foi diferente", referiu. Nesta segunda vaga, volta a assistir-se a "uma incidência muito elevada no Norte e as outras regiões do país têm menos novos casos por dia, mas ainda assim a situação do país como um todo é preocupante".

Marta Temido falou sobre o número de casos diários,  o número de internados e o número de óbitos, e diz que "estamos longe de estar numa situação que seja a situação em que gostaríamos de estar". A ministra explicou ainda que o país está com mais de 1.300 novos casos por 100 mil habitantes a 14 dias.

"Temos tido dias de maior crescimento, temos tido dias mais estáveis. O que é importante que se perceba é que precisamos de parar a transmissão da doença e precisamos garantir que os profissionais de saúde têm capacidades também para ir prestar outra atividade assistencial", apontou. "Podemos atingir o pico primeiro no Norte e depois noutras regiões, mas enquanto permanecermos com um RT acima de 1 significa que ainda estamos a crescer, [embora a] uma velocidade mais lenta do que já aconteceu no passado", referiu ainda. 

Questionada sobre se há muitos hospitais a cancelar consultas e cirurgias não urgentes, depois de o Ministério da Saúde ter autorizado esta faculdade em plena pandemia, Marta Temido afirmou que tem "alguma informação sobre os níveis de desprogramação de atividade", mas explicou que esta varia "de hospital para hospital, de região para região" e diz que é nos hospitais do Norte que existem mais cancelamentos.