Novas medidas de confinamento “esquecem economia”, diz AEP

Associação Empresarial de Portugal está preocupada com o futuro das empresas e defende que medidas de saúde pública “devem ser acompanhadas com medidas muito mais robustas e assertivas”.

As novas medidas de confinamento anunciadas este sábado pelo Governo “deveriam centrar-se no indispensável equilíbrio entre as preocupações de saúde pública e o desejável funcionamento da economia e o consequente impacto social”.

A sugestão é da Associação Empresarial de Portugal (AEP) que se mostra preocupada com a atual situação das empresas portuguesas “e pelas perspetivas de agravamento num futuro próximo”. E por isso, tal como têm defendido outras associações e representantes de setores, a AEP diz que as medidas de saúde pública “devem ser acompanhadas com medidas muito mais robustas e assertivas”.

Além disso, “algumas das medidas que têm vindo a ser anunciadas ou são insuficientes ou não se concretizaram, como seria expectável”, acusa a AEP. 

“Estamos perante um combate com impactos cada vez mais assimétricos, nitidamente em desfavor da atividade empresarial privada, a quem tudo tem sido exigido, que ficou agora com o ónus de dispensar os seus trabalhadores nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro, entre outras exigências e restrições”, diz a associação.

“Para além de insuficientes, as medidas de apoio têm assumido um caráter pontual e imprevisível, quando o momento exige a adoção de uma política de apoio reforçada, verdadeiramente integrada e atempada. Não podemos nem devemos continuar a adotar uma estratégia reativa, pois os impactos negativos são, e serão, muito sérios”, adverte Luís Miguel Ribeiro, presidente da AEP.

Para a AEP, neste “contexto particularmente difícil”, numa altura em que já se fala numa terceira vaga seria importante promover uma mensagem de confiança perante os empresários. “Por mais resilientes que sejam, a crescente falta de confiança é o grande inimigo, potenciadora de uma recessão ainda mais profunda”.

Para o presidente da AEP, “o país não pode permitir que tal aconteça”. “Para além do impacto imediato, correríamos um risco muito sério de não dispormos de capacidade produtiva suficiente para assegurar a fase de retoma, que tanto desejamos”, acrescenta.