Governo alemão quer começar vacinação já em dezembro

Ministro da Saúde alemão espera que campanha de vacinação contra a covid-19 esteja concluída até final de 2021.

Foi com “otimismo” que o Governo alemão revelou estar confiante em que pode começar o processo de vacinação contra a covid-19 já em dezembro.

Assim que as primeiras vacinas contra a covid-19 forem aprovadas pela União Europeia “podemos começar a vacinação imediatamente”, afirmou o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn.

A estratégia de vacinação, construída pelo Governo central e os 16 estados federados, prevê que Berlim seja responsável pela aquisição – por meio do mecanismo europeu e de acordos bilaterais – e distribuição das vacinas, tarefa para a qual solicitou a colaboração do exército e do setor privado.

Já os estados federados terão a tarefa de vacinar a população e concordaram em abrir 60 centros de vacinação próprios contra o novo coronavírus, que devem estar operacionais em meados de dezembro.

Spahn espera que a campanha esteja concluída até ao final de 2021, apesar de o presidente da comissão permanente de vacinação do Instituto Robert Koch (RKI na sigla alemã), Thomas Mertens, ter estimado que a vacinação não terminará antes de 2022.

 

Prioridade para os grupos de risco

Segundo o RKI, importante centro epidemiológico, a academia de ciências Leopoldina e o comité de Ética, os primeiros a receber a vacina serão os grupos de risco, que incluem pessoas com mais de 60 anos e portadores de doenças como diabetes, obesidade ou hipertensão, fatores associados a convalescença mais prolongada e maior mortalidade.

Depois dos grupos de risco será atribuída ao pessoal do setor de saúde e dependentes, trabalhadores essenciais do setor público, como polícias e equipas de emergência, bem como professores e educadores, que representam entre 30 e 40% da população alemã, uma das sociedades com mais pessoas idosas.

O principal objetivo do Governo alemão é atingir uma taxa de vacinação de 60 a 70% da população, de forma a alcançar a imunidade de grupo, a partir da qual o vírus tem grande dificuldade de propagação porque a maioria dos indivíduos estão imunizados.

Somente quando uma percentagem relevante de grupos de risco for vacinada é que as restrições à vida social e à atividade económica podem ser levantadas, explicou o ministro da Saúde.

No entanto, “ninguém será forçado a ser vacinado”, recordou a chanceler alemã, Angela Merkel, reforçando que a adesão à vacina será voluntária. “Será uma decisão livre”, disse a chanceler.

 

Vacinação espanhola em janeiro

No domingo, o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, disse que Espanha e Alemanha serão os únicos países europeus a ter um plano estruturado para iniciar a vacinação da população contra a covid-19 já a partir de janeiro de 2021.

Sánchez explicou que o plano de vacinação espanhol, que deve ser aprovado hoje pelo Conselho de Ministros, assenta em cinco eixos de atuação, dos quais sobressaem a definição de 13 mil pontos de vacinação e uma estratégia nacional única, desenvolvida por um grupo multidisciplinar de peritos.

“Todos os anos, 10 milhões de pessoas são vacinadas em Espanha contra a gripe. Por conseguinte, considera-se que o Sistema Nacional de Saúde está preparado para atingir este objetivo. Um exemplo: este ano, em oito semanas, 14 milhões de pessoas foram vacinadas”, referiu Sánchez.

O chefe do Governo espanhol assegurou que o país está a criar condições logísticas para garantir “a temperatura necessária”, 70 graus negativos, para conservar a vacina BioNTech/Pfizer.