Casas. Moody’s prevê queda de 2% nos preços no próximo ano

Capacidade de compra será menor devido aos rendimentos mais baixos e às dificuldades de acesso ao crédito. 

Os preços das casas podem descer 2% para o próximo ano, depois de terem registado uma estabilização em 2020. O alerta é da  Moody’s e lembra que esta redução se deve à crise gerada pela pandemia e que as maiores reduções irão ocorrer nos países mais dependentes do turismo. 

 “Apesar de permanecerem estáveis em 2020, os preços das casas na Europa vão cair por causa da covid-19. Os bancos europeus também vão enfrentar custos de crédito mais elevados devido ao aumento dos NPL [crédito malparado], embora as reservas de capital robustas mitiguem esse risco” diz a agência de notação. 

De acordo com a mesma, esta tendência deverá verifica-se em Espanha, Portugal, Itália e França. No entanto, terá maior impacto no Reino Unido, por efeito de uma pandemia combinada com o desenrolar do Brexit. Já em relação à Alemanha, a Moody’s admite que o mercado de habitação não deverá sofrer impactos significativos

“A dificuldade, especificamente, em Portugal, é que esperamos que o turismo recupere apenas gradualmente nos próximos anos. Em particular, esperamos que os números de turistas dos níveis pré-crise sejam atingidos apenas em 2023, 2024”, refere. 

Ainda assim, a agência de rating alerta que será mais difícil para os jovens e para os que ganham menos aceder a uma habitação, devido à redução dos rendimentos e ao acesso ao financiamento. “Mesmo que os preços desçam, a capacidade de comprar casa irá piorar para muitos compradores em perspetiva após a covid-19, devido aos rendimentos reduzidos e acesso a financiamento. A disponibilidade de crédito será limitada devido a critérios mais apertados de concessão”.

Já na semana passada,  a Comissão Europeia tinha revelado que os preços das casas em Portugal iriam continuar a desacelerar no curto prazo, de acordo com um relatório. “Vários fatores apontam para uma desaceleração adicional no crescimento dos preços das casas a curto prazo”. A justificação é que o “investimento na construção residencial continuou a aumentar no primeiro semestre de 2020 e é provável que a oferta do mercado acompanhe gradualmente a procura”.