Recruta da Força Aérea com 430 instruendos é ‘garantia de resposta’

Em pleno estado de emergência, a Força Aérea iniciou recruta com 430 instruendos. Ao i, assegurou que está tudo conforme recomenda a DGS.

A Força Aérea iniciou, no dia 20, uma recruta com 430 instruendos, sendo que a Instrução Básica está a ser desenvolvida no Centro de Formação Militar e Técnica da Força Aérea, na Ota, concelho de Alenquer.

Segundo o tenente-coronel Manuel Costa, em e-mail enviado ao i, esta “é uma atividade autorizada pelo Ministério da Defesa e enquadrada na necessidade de formar jovens para a área da Defesa, recursos humanos fundamentais para assegurar o cumprimento das missões atribuídas à Força Aérea, em prol do país”. O graduado adiantou igualmente que a continuidade da formação de militares “afigura-se como uma garantia de resposta e resiliência essencial para o contributo e o esforço solidário e coletivo na prevenção e controlo da pandemia covid-19”.

O que está em causa?
Recorde-se que, segundo o decreto que regulamenta a aplicação do Estado de Emergência, publicado em Diário da República no dia 21 de novembro, nos concelhos de risco extremo, muito elevado e elevado “não é permitida a realização de celebrações e de outros eventos que impliquem uma aglomeração de pessoas em número superior a seis pessoas, salvo se pertencerem ao mesmo agregado familiar”. Por outro lado, nos concelhos de risco moderado, não é permitida a realização de celebrações e de outros eventos que impliquem uma aglomeração de pessoas em número superior a seis pessoas, exceto se pertencerem ao mesmo agregado familiar. No decreto é possível ler-se que a DGS define as orientações específicas para “eventos de natureza corporativa realizados em espaços adequados para o efeito (…) e espaços ao ar livre”.

Segundo o tenente-coronel Manuel Costa, para que a recruta seja levada a cabo, foram implementadas as medidas gerais recomendadas pela Direção-Geral da Saúde – permanente obrigatoriedade do uso de máscara, distanciamento físico mínimo, higienização frequente das mãos ou etiqueta respiratória -, mas também foi “elaborado antecipadamente um plano, em coordenação com a Direção de Saúde da Força Aérea, que contempla diversas medidas adicionais, das quais se destacam o funcionamento dos pelotões como unidades autónomas (’bolhas’), sem contacto com os restantes”. Deste modo, “toda a atividade foi adaptada e regulada para impedir o cruzamento de instruendos de pelotões diferentes”. Para além destas normas, a Força Aérea está a apostar na higienização regular das instalações de uso comum, foram proibidos os desportos coletivos e incentivada a realização das atividades ao ar livre. Para estas últimas, quando tiverem de decorrer em espaço fechado, “para cada pelotão foi atribuída uma sala de uso exclusivo, com lugares pré-definidos para os instruendos”. Manuel Costa sublinhou que “todos os dias, para além da medição de temperatura, os instruendos preenchem um questionário de carácter epidemiológico, devidamente autorizado por uma comissão de ética, com o objetivo de identificar precocemente casos suspeitos”.

Atitude ativa
“A Força Aérea tem uma postura ativa na prevenção, deteção e na resposta a eventuais situações de infeção, ajustando e adaptando-se ao contexto atual”, elucidou Manuel Costa, salientando que, para além das medidas mencionadas, os instruendos são “permanentemente informados das regras em vigor, compelindo-os a adotar as medidas de proteção e a cumprir os procedimentos adequados perante caso suspeito”.