Hyundai reage com “estupefação” à limitação de incentivos fiscais do Governo para híbridos

A ARAN já se havia confessado “indignada” com a limitação dos incentivos fiscais aos veículos híbridos e híbridos plug-in, acusando o Governo de “destruir o setor” para viabilizar o Orçamento do Estado para 2021.

A Hyundai reagiu com “estupefação” à decisão do Governo de limitar os incentivos fiscais para viaturas híbridas e plug-in híbridas no âmbito da proposta de Orçamento do Estado para 2021.

Em comunicado assinado por Sérgio Ribeiro, CEO da Hyundai Portugal, o construtor considera que “é difícil compreender como uma medida com um impacto tão significativo tenha sido tomada de modo unilateral, sem que o setor tenha sido previamente consultado, sem se fazerem contas, sem medir possíveis impactos e consequências”.

“Se, por um lado, esta falta de diálogo numa questão tão estrutural e crítica é, já por si, perturbadora, acresce o facto de não se perceber o alcance desta medida para com um setor que tem estado – ao contrário do que esta decisão quer fazer crer – na vanguarda tecnológica com vista à procura de soluções sustentáveis”, lê-se na nota.

A Hyundai relembra que “o setor automóvel emprega em Portugal cerca de 150 mil pessoas” e que esta decisão do executivo de António Costa “resultará, a curto prazo, numa recessão grave, acentuada pela atual conjuntura pandémica”. “Em causa está toda a estratégia empresarial definida pelo setor para os próximos anos, os compromissos assumidos, a aposta na procura de soluções ambientalmente mais responsáveis, os enormes investimentos em stocks de viaturas já efetuados, e os milhares de postos de trabalho. Não escolhemos este caminho. Quem assumirá a responsabilidade?”, questiona Sérgio Ribeiro.

Recorde-se que a Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN) já se havia confessado “indignada” com a limitação dos incentivos fiscais aos veículos híbridos e híbridos plug-in, acusando o Governo de “destruir o setor” para viabilizar o Orçamento do Estado para 2021.

“Esta é uma medida que parece preferir um parque automóvel antigo e mais poluente. O Governo está a destruir um setor”, afirmou a ARAN.