“Vidas não têm prazo de validade”. Costa critica lista de prioridades da DGS

Documento, que Ministério da Saúde diz não ser definitivo, coloca idosos no ‘fundo’ dos prioritários para receber vacina contra covid-19.

Vários órgãos de informação avançaram, esta sexta-feira, que os idosos estariam no fim da lista de prioritários para a vacina contra a covid-19. O Ministério da Saúde apressou-se a vir esclarecer que a estratégia de vacinação ainda está a ser preparada.

Apesar de ter havido o esclarecimento do gabinete de Marta Temido, o primeiro-ministro não hesitou em reagir à informação sobre os idosos estarem no ‘fundo’ das prioridades.

"Há critérios técnicos que nunca poderão ser aceites pelos responsáveis políticos", começou por escrever António Costa no Twitter.

"Não é admissível desistir de proteger a vida em função da idade. As vidas não têm prazo de validade", acrescentou, numa referência óbvia às notícias veiculadas hoje pela imprensa, e que o seu próprio Governo já veio esclarecer.

Na nota do ministério, o gabinete de Marta Temido sublinha que o documento da DGS não foi validado pela tutela e que se trata de um texto meramente técnico. Lê-se ainda que as informações que foram conhecidas hoje são "parcelares e desatualizadas".

Por validar ou não, quem também não concorda com a lista de prioridade que consta no documento é o Conselho Nacional de Saúde Pública, que defende que o "grupo dos mais idosos é claramente prioritário".

Jorge Torgal, porta-voz daquele órgão, criticou a proposta e acredita que esta será revista. "O grupo dos mais idosos é claramente o grupo prioritário, sob o qual devia incidir toda a atividade central, a mais importante atividade, de luta contra a pandemia, porque, para mim, os mais atingidos são aqueles que morrem. A mortalidade acima de 80 anos é terrível", disse esta sexta-feira à TSF.

Sublinhe-se que segundo o documento técnico da DGS, os doentes graves entre os 50 e os 75 anos vão ser dos primeiros a receber a vacina, assim como profissionais de saúde e os utentes de lares de idosos. Já as pessoas com mais de 65 anos estão no fim da lista dos grupos prioritários.