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O combate a esta pandemia de covid-19 depende, essencialmente, de como cada um de nós encara o desafio de contribuir para diminuir as possibilidades de o vírus se multiplicar e de a doença alastrar. Ou seja, controlar, em vez de sermos controlados pelas contingências.

por Francisco Rocha Gonçalves
Vice-Presidente da Câmara Municipal de Oeiras

Independentemente da opinião que temos sobre a forma como as autoridades têm gerido o combate à pandemia, da informação muitas vezes contraditória que nos é dada, das medidas que não se sabe em que quadro realmente assentam, da cacofonia mediática de prós e contras com que somos bombardeados, como se o vírus e a doença se resumissem a uma questão de opinião, apesar de tudo isso, o que sabemos é que existem ações que nos dizem respeito, a cada um de nós individualmente, e que podem constituir um contributo válido para ultrapassarmos tudo isto mais rapidamente.

No concelho de Oeiras, os cidadãos têm procurado fazer a sua parte, como a câmara municipal tem trabalhado para minimizar os efeitos dos constrangimentos criados.

Desde o início da pandemia, o município já investiu mais de 10 milhões de euros, despendidos a proporcionar alojamento e refeições a profissionais que estiveram e estão na primeira linha de serviço, na aquisição de equipamento de saúde, de equipamentos de proteção e de testes, na comparticipação do reforço da resposta que está a ser dada pelas uniões e juntas de freguesia e entidades de âmbito social.

Os indicadores relativos à incidência da pandemia no município mostram que os habitantes de Oeiras têm procurado proteger-se, mas não somos uma ilha, fazemos parte de uma região em que os movimentos pendulares diários são relevantes e em que muitas zonas da fronteira municipal são extremamente porosas. Não há muros que nos separem, porque não podem e porque a vida que levamos é interligada.

Isso quer dizer que ainda temos de trabalhar, coletivamente, e de ter cuidado, individualmente, para forçar o número de novos contágios a uma curva decrescente, na região e no país.

Nesta altura, somos informados, todos os dias, sobre o crescente número de contágios e de pessoas obrigadas a internamento hospitalar, em que temos conhecimento do aumento das mortes de pacientes infetados por este novo coronavírus, mas também começamos a ver uma luz ao fundo do túnel, com notícias sobre as vacinas que podem ajudar a normalizar a nossa vida.

É nesta altura que temos de agradecer o esforço de todos, mas também avisar que isto ainda não acabou e que ainda temos dias, semanas, meses pela frente. Obrigado, mas é preciso continuar.

No final, não podemos ser controlados pela imposição da adversidade, mas controlarmos nós o nosso destino.