Quebra nos preços das casas já atinge 19,2% dos municípios portugueses

Relatório da consultora Imovendo, referente ao mês de outubro, indica que Lisboa, Cascais e Oeiras continuam a ser os concelhos do país com preços por metro quadrado mais elevados.

Cerca de um quinto dos municípios portugueses (19,2%) já evidenciam sinais de quebra nos preços homólogos das casas em outubro, como resultado da pandemia, divulgou esta segunda-feira a consultora Imovendo.

O relatório adianta que a descida de preços verificada também pode ser explicada, ainda que em menor grau, por dois outros fatores: alguns dos municípios têm uma dimensão mais reduzida, o que contribui para uma maior volatilidade dos preços apurados; e parte dos municípios que, em outubro, evidenciavam quebras dos preços face ao mesmo mês de 2019, apresentava reduções inferiores a 2,5%, pelo que estes dados não podem ser lidos de forma determinística, uma vez que se encontram dentro da margem de erro do estudo.
  
Por outro lado, o dinamismo do lado da oferta mantém-se estável em termos nacionais. A Imovendo refere que se verifica “um fluxo constante e sustentável de novo produto imobiliário (tanto inserido diretamente por particulares, como por empresas de mediação imobiliária e promotores), suscetível de ser observado no facto de 14,3% dos apartamentos e 8,7% das moradias estarem em divulgação há menos de 30 dias”.
 
Distrito de Lisboa mais caro. Na análise por regiões, assinala-se que o distrito de Lisboa apresenta os valores mais altos por metro quadrado no país, seguindo-se os concelhos de Cascais e Oeiras, sem que, todavia, “sejam percecionados quaisquer movimentos de inflexão desta realidade, ou de ajustamento em baixa significativa dos valores praticados”.
 
“O distrito de Lisboa apresenta uma heterogeneidade muito grande, pois reúne os três municípios mais caros do país, é certo, mas a par de áreas urbanas limítrofes com valores de referência substancialmente mais baixos, mas que, em alguns casos, e ao longo dos últimos anos, têm visto os seus valores de referência serem impactados por uma crescente procura de famílias que não conseguem adquirir casa na capital”, destaca Manuel Braga, CEO da Imovendo.
 
Apesar desta tendência de valorização dos ativos residenciais, os dados de outubro mostram que no distrito de Lisboa, a tendência de preços mantém uma valorização efetiva em termos homólogos (tanto em apartamentos, como moradias), com exceção da Lourinhã que, face a outubro de 2019, sentiu um arrefecimento de 2,8% nos asking prices dos apartamentos.