Jogadora recusa homenagear Maradona: “Não o farei por um violador”

Espanhola revela que tem recebido ameaças de morte face ao seu protesto.

Nos últimos dias multiplicaram-se as homenagens a Diego Armando Maradona, que morreu, aos 60 anos, na semana passada. No entanto, nem todos concordaram com as demonstrações de tributo e louvor ao astro argentino, como foi o caso de Paula Dapena, uma futebolista que protestou no momento da homenagem e fez graves acusações contra o ex-jogador.

Antes do jogo deste sábado da Viajes Interrías FF contra o Deportivo de la Corunã, a jogadora de 24 anos decidiu sentar-se no relvado, de costas, enquanto todas as suas companheiras de equipa respeitavam de pé um minuto de silêncio em memória de Maradona.

Face ao sucedido, Paula Dapena explicou ao Pontevedra Viva a sua atitude. "Há poucos dias, no Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres não houve gestos destes e se não se fez um minuto de silêncio pelas vítimas, também não estou agora disposta a fazê-lo por um abusador. Disse que não ia participar num minuto de silêncio por um violador, pedófilo e abusador (…) Para ser jogador há que ser primeiro pessoa e ter certos valores, mais do que habilidades, como as que ele (Maradona) tinha, que sabemos que eram grandes qualidades e dons futebolísticos espetaculares", disse.

Entretanto, ao jornal AS, a espanhola disse que tem recebido ameaças de morte devido às suas declarações e admite que não esperava que estas tivessem tanta repercussão.

“Não esperava que isto se tornasse viral. Pensei que ficaria entre os meus seguidores no Instagram. Depois, quando a notícia saiu no Pontevedra Viva, onde a minha irmã trabalha, pensei que ia ficar pela província de Pontevedra. Mas, de repente, começaram a sair notícias em todo o lado”, disse a futebolista, que é também professora e faz parte de dois movimentos feministas.