STOP mantém greve até que sejam tornadas “uniformes as medidas a adotar perante infeções da covid-19 nas escolas”

A véspera de feriado e o feriado não invalidam a luta dos professores, na ótica de André Pestana, dirigente do sindicato.

O Sindicato de Todos os Professores (STOP) vai manter a greve de uma semana, de docentes e não docentes, com arranque previsto para esta terça-feira apesar de as escolas estarem encerradas nos primeiros dois dias, confirmou o coordenador nacional. Em declarações à Lusa, o dirigente André Pestana explicou que a decisão do governo de encerrar as escolas na véspera do feriado da Restauração da Independência, na terça-feira, não invalida a luta dos profissionais.

"Colegas, temos recebido a informação de que Profissionais de Educação (pessoal docente e não docente) de várias escolas já se organizaram, inclusivamente com fundos de greve, para encerrarem várias escolas devido à greve nacional do S.TO.P. nesta semana", pode ler-se no comunicado publicado no site oficial do sindicato, sendo que é percetível, se seguida, que o mesmo tem recebido "inúmeras mensagens individuais de pessoal docente e não docente a confirmarem que estão fartos de ser desrespeitados e que irão aderir à grave esta semana". 

"Exigimos segurança e qualidade no ensino nas nossas escolas e não aceitamos que haja escolas de 1.ª e de 2.ª", escreveu o movimento, apelando a que o pessoal docente e não docente não acredite "em SMS, emails, mensagens de última hora a tentar desacreditar esta greve (o que só revela o receio que esta greve está a provocar em alguns interesses instalados)", na medida em que "esta greve não será cancelada" enquanto o Governo não melhorar as condições de segurança e de trabalho de quem labora nas escolas.

O sindicato exige que seja delineado um protocolo igual em todo o país que "torne uniformes as medidas a adotar perante infeções da covid-19 nas escolas", com testes para todos os contactos próximos, incluindo os dos estabelecimentos de ensino. Por um lado, em termos concretos, o sindicato apela a que medidas como amedição da temperatura corporal a toda a comunidade educativa à entrada dos estabelecimentos de ensino sejam uniformizadas. Por outro lado, o sindicato queixa-se da falta de transparência na informação e pede que sejam conhecidos "os reais números de casos covid-19" em ambiente escolar, como divulgou junto da Lusa.

Sublinhe-se que a greve dirige-se a todos os trabalhadores das escolas, da investigação científica e cultural e da formação profissional, quer trabalhem em estabelecimentos públicos ou privados, sendo o serviço associado a exames a única exceção.