TAP. “Não há trabalhadores a mais”, diz Sitava

Já sindicato dos pilotos avançou com providência cautelar.

O sindicato Sitava acusa a TAP de “manipulação, falta de ética e desonestidade” e defendeu que a empresa não tem trabalhadores a mais e deve procurar os “sorvedouros de recursos” para reduzir custos. “Pela nossa parte não nos cansaremos de assinalar a aventura brasileira – que já custou à TAP mais de mil milhões de euros – como o mais escandaloso negócio para onde empurraram a companhia. Denunciamos, mais uma vez, aqui e agora que, enquanto despedem trabalhadores em Portugal, deslocalizam milhares de horas de trabalho para o Brasil, para que, a pretexto do pagamento desses trabalhos continuarem a transferir dinheiro para lá. Quem é o responsável por tamanha barbaridade”, questiona.

A estrutura sindical põe também em causa a escolha da Boston Consulting Group para trabalhar no plano de reestruturação da TAP. “Esta mesma consultora tinha sido contratada em 2015 pelos antigos acionistas privados, os tais muito endinheirados – que só em 2019 carregaram a empresa com mais 750 milhões de dívida – para transformar a TAP numa empresa low Cost. Esse era então o desígnio desses acionistas, e quase o conseguiram. Foi muita da nossa contestação que evitou o pior, conseguindo travar os aspetos mais gravosos do então chamado projeto RISE”, alerta.

Estas críticas surgem, numa altura, em que o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) requereu uma providência cautelar contra a TAP, com o objetivo de ter acesso a informação sobre o plano de reestruturação que lhe tem sido negada por parte da administração. 

Em causa está o plano de reestruturação para a apresentar em Bruxelas e no qual prevê um corte da massa salarial de 25% e o despedimento de cerca de 500 pilotos.