Moody’s com perspetiva negativa para a banca europeia em 2021

Alerta surge no mesmo dia em que a Sonangol admite sair do BCP ou avaliar eventual fusão do banco liderado por Miguel Maya com outra instituição financeira.

A Moody’s mantém uma perspetiva de evolução negativa para os bancos europeus em 2021, justificada com a deterioração dos fundamentais de crédito devido ao “ambiente de negócios hostil” resultante da pandemia. “A perspetiva para os bancos da zona euro, Reino Unido, Norte da Europa e Europa Central e de Leste é negativa para 2021, já que se irão deparar com um ambiente económico desafiante resultante da lenta recuperação económica, aumento dos empréstimos problemáticos e deterioração das perspetivas de rentabilidade”, diz a agência de notação financeira.

E para contornar esta pressão, admite que o sistema financeiro  vai acelerar o corte de custos e o investimento na digitalização para compensar a pressão sobre as receitas”. Mas não fica por aqui. A consolidação doméstica também vai continuar, no entanto, lembra que “a consolidação transfronteiriça vai continuar limitada a não ser que haja uma melhor harmonização ao nível regulatório e da proteção dos clientes”.

Segundo a Moody’s , “a performance dos depósitos e a rentabilidade da banca irão enfraquecer à medida que se começarem a fazer sentir os efeitos de novas descidas nas taxas de juro e do choque económico resultante do coronavírus.

Sonangol avalia BCP

Este alerta da agência de notação surge no mesmo dia em que presidente-executivo da Sonangol, Sebastião Gaspar Martins, afirmou que está aberta à possibilidade de sair do capital do Millennium bcp ou vir a avaliar uma eventual fusão do BCP com outro banco.

“No caso do Millennium bcp estamos a monitorar o seu desempenho. Se se apresentar uma boa oportunidade para desinvestimento, iremos avaliá-la e fazer as recomendações que se afigurarem as mais acertadas para o contexto e necessidades da Sonangol”, afirmou à Reuters, acrescentando que a petrolífera “está a acompanhar os movimentos eventuais de consolidação bancária em Portugal e, caso surja alguma oportunidade, o assunto será avaliado com os outros parceiros investidores no Millennium bcp”, acrescentou.

Recorde-se que a Sonangol detém uma participação de quase 20% no maior banco liderado por Miguel Maya e é o segundo maior acionista, depois da chinesa Fosun.