Médicos querem ser ouvidos

Ordem dos Médicos exige envolvimento de quem está no terreno. 

O plano nacional de vacinação da covid-19 merece reservas da parte dos médicos. A Ordem dos Médicos questionou os critérios dos grupos prioritários, que receberão as primeiras vacinas. «Os critérios de prioridade têm de ter definições um bocadinho mais apertadas», defendeu Miguel Guimarães à TSF, considerando que pode não haver vacinas suficientes para o primeiro grupo de 950 mil  portugueses no arranque da vacinação. Este grupo abrange pessoas com 50 ou mais anos com pelo menos uma das seguintes doenças: insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal aguda, DPOC ou doença respiratória grave que precise de oxigénio regular.

São 400 mil doentes de risco, a que se juntam utentes de lares e funcionários e também utentes de cuidados continuados e funcionários (250 mil pessoas) e ainda profissionais de saúde, das forças armadas e das forças de segurança (300 mil). Esta quinta-feira ainda não estava fechado por onde se começará, dado que no início do ano são esperadas apenas as vacinas da Pfizer, que poderá ser aprovada dia 29. Nos lares, serão equipas próprias ou dos centros de saúde a vacinar. Já os doentes de risco serão chamados pelos seus centros de saúde, onde serão vacinados.

Segundo o SOL apurou, a perspetiva é que sejam os médicos de família a verificar nas suas listas de utentes quais preenchem os critérios para serem vacinados. Na segunda fase de vacinação, a vacina será alargada a todos os idosos com mais de 65 anos e pessoas entre os 50 e 64 anos que tenham diagnóstico de diabetes, doença oncológica, doença renal crónica, insuficiência hepática e hipertensão arterial. A Ordem defendeu que, tendo os médicos um papel importante no processo, falta-lhes informação, lamentando que não tenham sido ouvidos.