Califórnia entra em regime de confinamento

Uma grande parte do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, vai entrar num confinamento compulsivo durante a época Natalícia, como medida para tentar controlar a subida de casos de covid-19 na região.

Cerca de 85% dos californianos estão sob ordens ordens para ficar em casa, a partir de segunda-feira, como medida de combate ao aumento de casos de covid-19 que se tem feito sentir na região. O sul da Califórnia e o denominado Vale de San Joaquin são as duas zonas mais afetadas, e que englobam uma população de cerca de 27 milhões de pessoas. As medidas terão efeito durante, pelo menos, três semanas.

Em causa está o recolher domiciliário e o fecho de bares e estabelecimentos comerciais, bem como a proibição de ajuntamentos na via pública.

Estas medidas surgem depois de ter havido uma descida da capacidade de Cuidados Intensivos para 12,% no sul da Califórnia, e para 8,6% no Vale de San Joaquin. O governador Gavin Newsom disse que o estado está “num ponto de viragem na luta contra o vírus, e necessitamos tomar ações decisivas agora para prevenir que os sistemas de saúde da Califórnia sejam sobrecarregados nas próximas semanas”. Com a invocação destas medidas, diz Newsom, “pode achatar-se a curva, tal como o fizemos anteriormente, bem como reduzir o stress do nosso sistema de saúde”.

Durante meses, a Califórnia tinha-se mantido abaixo da alta média nacional dos Estados Unidos de novos casos de Covid-19. Em março, o estado foi um dos primeiros a ordenar o confinamento obrigatório da sua população. Na altura, contavam-se cerca de 1000 casos confirmados de Covid-19 e 19 mortes. Agora, o estado tem mais de 1,3 milhões de casos, e quase 20 mil mortes.

A diretiva é clara: Todos devem ficar em casa “sempre que possível” e usar a máscara “a 100%” quando estão na rua. Os restaurantes estarão abertos só em regime de take away, e os restantes negócios como cabeleireiros e teatros estarão fechados por completo. As lojas de retalho, bem como os supermercados, poderão estar abertos, mas com a sua capacidade limitada a 20%. Escolas e lugares de culto continuarão abertos, mas as celebrações religiosas só poderão ocorrer ao ar livre.

"Ficar em casa por três semanas é um sacrifício, mas se cada californiano fizesse isso por um mês, poderíamos parar esta doença", disse a Dra. Erica Pan, oficial de saúde pública do estado, quando as restrições foram anunciadas. "Esta ordem de saúde pública atinge o equilíbrio entre salvar vidas, fornecer serviços essenciais dos quais todos nós dependemos e ainda permitir que os californianos participem de atividades ao ar livre de baixo risco que são cruciais para a nossa saúde física e mental”, frisou.

No sábado, os Estados Unidos registraram 213.875 novos casos e mais de 2.200 mortes, de acordo com os últimos números da Universidade Johns Hopkins. Mais de 101.000 americanos estavam no hospital, com cerca de um quinto desses pacientes na Unidade de Cuidados Intensivos.