“Tantas pessoas sabiam o que estava a acontecer e ninguém ajudou”, acusa mulher de cidadão ucraniano que morreu no Aeroporto de Lisboa

Igor Homeniuk terá sido agredido violentamente – acabando por morrer – por 3 inspetores do SEF, depois de recusar regressar à Turquia de onde tinha viajado. 

Oksana Homenyuj, a viúva do cidadão ucraniano que morreu depois de ter sido agredido por três inspetores do SEF no Aeroporto de Lisboa, disse, esta quarta-feira, ainda estar chocada com a situação que levou à morte do seu marido e admitiu ter dificuldades em ouvir a palavra "Portugal". A mulher admitiu que nunca pensou que, "num país europeu, uma coisa destas pudesse acontecer. Na Europa, os direitos humanos estão acima de tudo", em entrevista à SIC Notícias.

Uma das situações que mais deixa Oksana Homeniuk chocada é o facto de a morte de Igor ter acontecido num local tão movimentado como o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. "Tantas pessoas viram-no. Tantas pessoas sabiam o que estava a acontecer e ninguém ajudou. Ainda hoje não consigo entender como é que isto pode ter acontecido", confessou. 

A mulher afirma ainda que, nove meses depois da morte do marido, não sente nenhum apoio do Estado português mas sublinha que não quer "dinheiro nenhum" de Portugal. Oksana Homeniuk diz que só queria o seu marido "de volta" mesmo que fosse "inválido".

Recorde-se que Igor Homeniuk terá sido agredido violentamente – acabando por morrer – por 3 inspetores do SEF, depois de recusar regressar à Turquia de onde tinha viajado. Luís Costa da Silva, Bruno Valadares e Sousa e Duarte Laja foram acusados de homicídio qualificado pelo Ministério Publico.