Turismo em 2021. Recuperação vai depender da velocidade da vacinação

DBRS / Morningstar não tem dúvidas: recuperação dos países da Europa do Sul, onde se inclui Portugal, depende da velocidade da vacinação. Setor sofreu “pesadas perdas devido aos efeitos da pandemia”.

A pandemia veio afetar o setor do turismo que, apesar de ter mostrado, em Portugal, uma ligeira recuperação no verão, os dados voltaram a mostrar quebras nos meses seguintes. Na Europa não foi diferente e, por isso, as previsões de recuperação para este setor – no sul europeu – vão depender muito da velocidade da vacinação, avança uma nota  divulgada pela agência de rating DBRS/Morningstar.

“Com o fim da temporada de férias na Europa, os dados divulgados recentemente confirmam que o setor de viagens e turismo nos países do sul da Europa sofreu pesadas perdas devido aos efeitos da pandemia”, avança a DBRS/Morningstar.

“Isto lança alguma luz sobre as nossas expetativas para o desemprenho do setor de viagens e turismo para o resto do ano e em 2021”, diz a agência, acrescentando que o ritmo de recuperação está muito dependente da velocidade de vacinação. “Estimamos que o ritmo de recuperação das viagens e turismo em 2021 dependerá da velocidade com que a vacinação em massa será alcançada globalmente, bem como uma variedade de fatores relacionados com a sazonalidade da demanda turística, a participação do turismo doméstico e internacional, o motivo da viagem e o modo de viagem”.

Ora, para os economistas da DBRS/Morningstar, as novas vagas do vírus voltaram a interromper a recuperação sul europeia com as chegadas de turistas a diminuírem 79% em Espanha, 77% na Grécia e Malta, 76% em Portugal e 84% no Chipre entre os meses de julho e setembro deste ano, face a igual período do ano passado.

Já para Itália, os dados mostram que as chegadas internacionais caíram ’apenas’ 49%. “Isso pode refletir as boas ligações terrestres de Itália e a proximidade de alguns pontos de mercados turísticos europeus, como Alemanha, Suíça, Áustria e França, combinados com a situação epidemiológica durante o verão”, avança o comunicado.

“Embora a situação epidemiológica continue em grande parte sem evolução, o setor de viagens e turismo em países com mercados domésticos, menos dependência de transporte aéreo e melhor conectividade terrestre podem aguentar-se melhor”, defende Javier Rouillet, vice-presidente da DBRS / Morningstar.

Também Spyridoula Tzima, vice-presidente assistente da agência não tem dúvidas que “o desenvolvimento da vacina está a dar uma esperança a este setor uma vez que a melhoria na situação pandémica pode, potencialmente, coincidir com fortes picos de demanda turística nos meses de verão para o Sul da Europa.

Ainda segundo a agência de rating, a grande quebra no fluxo turístico internacional reflete-se também nos dados das exportações de serviços de viagem que, “depois de um declínio dramático no segundo trimestre de 2020”, mostraram sinais de recuperação em julho e agosto. Mas em setembro voltaram a registar quebras. Ora, as exportações dos serviços de viagens caíram, no período de julho a setembro, cerca de 81% em Espanha, 74% na Grécia, 57% em Portugal e cerca de 37% em Itália.