Funcionários da Casa Branca vão ter de esperar pela vacina

Vão ser disponibilizadas cerca de três milhões de doses da vacina da Pfizer para os EUA, que começaram ontem a vacinar a sua população.

Começou ontem nos Estados Unidos a campanha de vacinação contra a covid-19. Ao contrário do que estava inicialmente previsto, os trabalhadores da Casa Branca vão ter de esperar um pouco mais para a receber, depois de o Presidente cessante, Donald Trump, ter voltado atrás na decisão de que os funcionários da residência presidencial estariam na linha da frente para serem vacinados.

“Os funcionários da Casa Branca devem receber a vacina um pouco mais tarde, a menos que seja especificamente necessário. Pedi que este ajustamento fosse feito. Não estou na lista para tomar a vacina, mas espero fazê-lo no momento apropriado. Obrigado!”, escreveu Trump na sua conta de Twitter.

Já tinha sido anunciado que os principais elementos da administração Trump seriam das primeiras pessoas a receber a vacina da Pfizer-BioNTech e era esperado que Trump e o seu vice-presidente, Mike Pence, fossem vacinados ontem.

Esta medida, que a Casa Branca justificou como necessária para prevenir a disseminação da infeção nesta e noutras instituições fundamentais para a governação do país, foi criticada pelos meios de comunicação norte-americanos. “Trump e seus assessores têm desrespeitado sistematicamente as diretrizes da Covid-19 emitidas pela sua própria administração”, escreveu o The Guardian, mencionando ainda as grandes festas de fim de ano, que não cumpriam as normas de segurança, organizadas por esta administração.

 

Distribuição da Vacina

A vacina dos laboratórios Pfizer-BioNTech começou a ser expedida, em caixas refrigeradas a menos de 70 graus Celsius, este fim de semana, para hospitais e centros de saúde especializados.

Até quarta-feira, é esperado que o país tenha disponíveis o primeiro lote de vacinas, composto por cerca de três milhões de dose. O objetivo dos EUA é, numa primeira fase vacinar perto de 20 milhões de norte-americanos, antes do final do ano, e 100 milhões até ao final de março. Esta será a maior campanha de vacinação da história dos Estados Unidos e do mundo.

Os primeiros a serem vacinados serão as pessoas que vivem ou que trabalham em lares de idosos e profissionais de saúde.

Já o primeiro estado a vacinar a sua população vai ser o Kentucky, anunciou o seu governador, Andy Beshear, menos de 72 horas depois da vacina Pfizer-BioNTech ter recebido a “luz verde” das autoridades sanitárias norte-americanas.

 

Vacina urgente

A vacina da Pfizer foi aprovada pela Food and Drug Administration (FDA), autoridade sanitária dos Estados Unidos, na passada sexta-feira para uso de emergência a todos os maiores de 16 anos. Este processo foi marcado por pressões políticas da Casa Branca. O Washington Post, citando fontes anónimas, disse que o chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, pediu à FDA para apressar a aprovação da vacina, e que, caso não conseguisse fazê-lo rapidamente, o chefe da FDA, Stephen Hahn, deveria apresentar a demissão.

Os Estados Unidos são o país com mais casos de infeção confirmados (mais de 15,8 milhões) assim como de mortes (295.539).