“O CDS só irá a algum lado, só recuperará se houver união”

No último conselho nacional do CDS, o parlamentar votou a favor do apoio a Marcelo, mas não é um entusiasta. O líder do CDS deve cumprir mandato, mas não podem existir sinais errados na sua equipa.

“O CDS só irá a algum lado, só recuperará se houver união”

 

Votou a favor do apoio do CDS à recandidatura presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa. Mas também disse no conselho nacional do CDS (à porta fechada) que não gosta de pessoas feitas de plasticina, referindo-se ao chefe de Estado. Não há aí uma contradição na sua atitude?

Não há contradição nenhuma. Em primeiro lugar, o conselho nacional do CDS resolveu a questão: o prof. Marcelo Rebelo de Sousa é o candidato do CDS. Agora, também convirá ser pragmático e claro. Em relação a 2016, houve uma alteração de circunstâncias.

Tais como?

Em relação a 2016 é possível fazer uma avaliação de mandato do prof. Marcelo Rebelo de Sousa. Por outro lado, surgiram novos partidos à direita com representação parlamentar. Surgiu a Iniciativa Liberal e surgiu o Chega. Em relação ao balanço de mandato, não falta à direita (não sou eu apenas) quem ache que o Presidente da República foi, em muitos momentos, um apoio ao Governo, em dossiês como o da substituição da procuradora-geral da República, o elogio a governantes do PS que a oposição contestava, o caso de Mário Centeno, o elogio e a defesa de António Costa em debates sensíveis como o do Novo Banco ou até uma intervenção de certa forma tardia, e de grande sensibilidade, como é o caso recente da morte do cidadão ucraniano Ihor Homeniuk. Não é à toa que figuras relevantes do Partido Socialista apoiam o prof. Marcelo Rebelo de Sousa. Este primeiro aspeto tem que ver com a avaliação do mandato. Mas o segundo aspeto tem que ver, como lhe dizia, com o surgimento de novos players no espaço político da direita, o caso da Iniciativa Liberal e do Chega, e a apresentação de candidaturas presidenciais do André Ventura e do Tiago Mayan Gonçalves, em representação dos respetivos partidos, embora as candidaturas sejam individuais. E, portanto, a minha impressão é a seguinte: faria ou não sentido que um candidato forte do CDS surgisse para evitar, através das eleições presidenciais, esta afirmação do Chega e da Iniciativa Liberal?

Acha que é isso que vai acontecer após as presidenciais?

É evidente que vão usar as eleições presidenciais como um cavalo de Troia para afirmar os partidos em eleições legislativas. No conselho nacional, ainda assim, reconheci que aqui chegados não há outra alternativa que não seja o apoio ao prof. Marcelo Rebelo de Sousa. Porque a outra alternativa teria de ter surgido bem mais cedo.

Mas quem deveria ter sido apoiado mais cedo dentro do área política do CDS?

O meu ponto de vista não foi contra a proposta da direção. Mas uma coisa é apoiar um candidato, outra coisa é pedirem-me para ser um entusiástico apoiante dessa candidatura. Dizia José Ortega y Gasset que ‘eu sou eu e as minhas atuais circunstâncias’. Nas atuais circunstâncias para o CDS, o prof. Marcelo Rebelo de Sousa será o candidato que justificou o meu voto no conselho nacional. Se, lá mais atrás, tivesse surgido um candidato do CDS ou da área política do CDS, não excluindo o apoio ao prof. Marcelo Rebelo de Sousa caso não passasse à segunda volta, isso só traria vantagens para a afirmação política do CDS.

No conselho nacional queixou-se de um ato deplorável de censura por mostrar uma foto de Marcelo Rebelo de Sousa no Rock in Rio ao lado de Fernando Medina. Apagou um comentário sobre o caso no Facebook. Apagou-o porquê? Autocensura? Para evitar mais ruído interno no CDS?

A minha posição foi legítima e a minha explicação foi clara nessa publicação [no Facebook], mas percebi a dado passo que, ainda assim, estava a potenciar discussões que não tinham nada a ver com o elemento estrito dessa publicação. A expressão pode concretizar-se por múltiplas formas, através da palavra, mas também através da imagem. A vontade do presidente do conselho nacional no sentido de eu não poder usar essa imagem como pano de fundo que ilustrava a palavra configurou um ato de censura relevante. Mais grave ainda vindo de quem veio, porque Filipe Anacoreta Correia foi alguém que politicamente nasceu a fazer oposição às direções do dr. Paulo Portas. E, portanto, é a última pessoa que poderia tentar coartar, limitar, manietar a dimensão da expressão de um conselheiro nacional numa matéria relevante que, para mais, estava a ser feita com educação. Não aceitei retirar a imagem e fiz a minha intervenção com ela. Queriam que me retirassem a palavra para eu retirar a imagem.

E não retiraram.

Não.

O caso está encerrado?

Está encerrado. Mas o sinal político também foi dado.

Espera que não se repita em futuros conselhos nacionais do CDS: é isso que está a querer dizer com a ideia de sinal político?

Espero que não se repita porque os conselhos nacionais sempre foram um espaço de liberdade do CDS.

Feita esta explicação sobre o que se passou no conselho nacional, como avalia os 11 meses de direção de Francisco Rodrigues dos Santos no CDS?

O Francisco Rodrigues dos Santos venceu o último congresso do CDS, tem toda a legitimidade para governar os destinos do CDS e tem o direito de ir a votos. Deve terminar o seu mandato e espero que tenha um bom resultado, porque um bom resultado de Francisco Rodrigues dos Santos será um bom resultado para o CDS. No que de mim depende estarei sempre com o meu partido. E balanços? Balanços só os faço no final, tal e qual sucedeu a propósito das presidenciais, quando se discutiu o apoio a um candidato. Há um ciclo que tem de se completar e a avaliação é feita no final. Ao Francisco, desejo-lhe sorte porque realmente é o presidente legítimo. Foi eleito em congresso.

A estratégia é a certa ou o líder do CDS tem cometido erros?

Um presidente estabelece a sua marca de água e aplica o seu programa. De resto, também é legitimado em congresso. Isto não significa que tenhamos de concordar com tudo e que, em alguns casos, não discordemos de atos ou de estratégias. Mas está legitimado. Pessoalmente, desejo-lhe sorte.

Mas recebe incentivos, designadamente no Facebook, para avançar. Está nos seus planos vir a ser candidato a líder do CDS?

O CDS tem um presidente, volto a insistir, legitimamente eleito. Se as coisas correrem bem, é evidente que essa questão nunca se colocará.

E se as coisas correrem mal?

Se as coisas correrem mal, a esta distância, ninguém em bom juízo se poderá excluir ou poderá candidatar-se. Tem de se aguardar e avaliar no devido tempo aquilo que sejam os atos e as decisões. Insisto: desejo é que as coisas corram bem ao Francisco Rodrigues dos Santos. E digo-lhe outra coisa: o que desejo também é que à volta dele, pessoas que constituem o núcleo próximo do presidente o ajudem e, principalmente, não deem sinais que são completamente errados.

Estava a referir-se a que sinais?

O CDS só irá a algum lado, só recuperará se a união for promovida, a união de todas as diferenças. O CDS é um partido recheado de talentos. E tem desde logo uma grande montra que é o grupo parlamentar. E foi sempre assim em toda a história do CDS. E este grupo parlamentar não é diferente. Cabe à direção do CDS tentar fazer este caminho com toda a gente e, desde logo, com o grupo parlamentar. Agora, nada desta união será possível se, por um lado, o CDS tiver um presidente a estender a mão, a querer promover a união, mas depois tiver outros elementos da direção que se esforçam pela divisão e publicam constantemente comentários que são ofensivos até para membros de outra direção, nomeadamente da dra. Assunção Cristas. Ou, por exemplo, quando um dirigente nacional sugere a demissão da Cecília Meireles do grupo parlamentar – por sinal, um dos nossos melhores talentos.

Está a falar da sugestão de Raul Almeida em conselho nacional, depois das críticas da deputada. Foi uma linha vermelha?

É absolutamente absurdo que no momento em que o CDS precisa de tantos, e o país reconhece – não é o CDS –, o país reconhece na Cecília um dos nossos maiores talentos, um dirigente venha sugerir a sua demissão. Por isso é que digo que é preciso afinar agulhas, é preciso fazer tudo para caminhar de boa-fé. Faço esse esforço. E quando faço esse esforço não quer dizer que não possa fazer críticas e elogiar se tiver de ser. Ainda vamos muito a tempo de afinar agulhas e, se assim suceder, o CDS poderá atingir as metas que deseja. O CDS precisa desta oportunidade. O CDS faz muita falta a Portugal.

Há uma tentação de pessoas à volta de Francisco Rodrigues dos Santos para fazer uma espécie de ajuste de contas com o passado?

Não quero visar ninguém em particular, mas quis visar um exemplo em particular. No caso da Cecília [Meireles], este exemplo mostra o que não pode acontecer. E até acredito que não é a opinião do presidente do partido, mas não deixa de ser uma opinião de um dirigente eleito em congresso para a direção do partido. A tentação de um ajuste de contas poderia espoletar, além de não ajudar nada a quem manda nos destinos do CDS, as piores das consequências. Por isso, eu desejo ao partido harmonia, sinais de concórdia.

Está em causa a sobrevivência do CDS?

Não. O CDS sobreviverá com toda a certeza.

As eleições autárquicas de 2021 poderão ser um teste?

Não podemos desconhecer que o CDS vive tempos de pandemia que condicionam muito a atuação política e não podemos esquecer que outros partidos políticos, à direita, já concorrem com o CDS, disputando votos. Há um conjunto de realidades que tornam este caminho difícil, mas o facto de ser difícil não quer dizer que essas dificuldades não possam ser superadas. Temos de acreditar que é possível superar as dificuldades.

Mas volto a uma questão prévia. O que o levaria a sair de Bruxelas para concorrer à liderança do CDS? Seria um resultado devastador nas autárquicas?

Acho que não se devem discutir presidências nem razões para discutir presidências na pendência de um mandato, a menos que me sentisse legitimado a um repto, a consequências, a pedir congressos ou coisa que o valha. Não é o caso. As candidaturas ponderam-se em todas as suas razões, em todos os seus motivos, nos ciclos eleitorais. E os ciclos eleitorais acontecem nos congressos. Se chegarmos a um próximo congresso e o CDS tiver tido um bom desempenho, coisa que desejo, a questão de presidências nem sequer se coloca. Pelo menos, para mim. Se o CDS tiver um mau desempenho, acho que qualquer pessoa tem legitimidade para avaliar se deve ou não ser candidato nesse momento. Como lhe disse há pouco, ninguém em bom juízo poderá excluir-se ou candidatar-se a esta distância. Parece-me um bocadinho disparatado.

O CDS tem de manter o resultado de 2017 nas autárquicas? As seis câmaras?

O CDS é um partido muito relevante do ponto de vista autárquico. O CDS governa algumas câmaras; em coligação, assegura que o espaço político do centro-direita está no poder em muitas outras. O CDS tem muitos governantes autárquicos nos Açores, na Madeira e no Continente, numa estratégia que sempre considerei adequada: um cenário que, nuns casos, é de candidaturas por si, noutros casos é de candidaturas de coligação com o PSD. O que é um bom resultado? Um bom resultado é igualar ou crescer. Se as coisas forem piores, tem de se avaliar porque é que foram piores.

Tem de se avaliar em que sentido?

Tem de se avaliar do ponto de vista aritmético, mas também do ponto de vista do poder. Dou o exemplo dos Açores e da Madeira. Independentemente de o CDS ter perdido votos, o CDS está hoje no governo da região. É muitíssimo importante para o CDS. Em relação a essa matéria não existem propriamente fórmulas fechadas. As avaliações têm de ser feitas no momento e nos órgãos próprios. E pesando tudo.

Por falar em Açores, o Chega também entrou na equação para viabilizar o governo regional. Não criticou a solução. Isto quer dizer que o CDS deve aceitar acordos com o Chega no plano nacional?

O CDS não é um partido qualquer. O CDS ajudou a fundar a democracia, não nasceu em 2019. O CDS é o que é forjado nas urnas. O CDS não vive de resultados de sondagens, ou melhor, de preanuncio de sondagens. O CDS tem um grupo parlamentar relevante, tem uma delegação parlamentar no Parlamento Europeu, onde eu estou, preside a câmaras municipais e tem uma representação autárquica nacional, como há pouco lhe dizia. Neste momento, no dia de hoje, o CDS não tem de temer comparações com o Chega. O CDS só tem de confiar naquilo que é e no que representa, até porque o Chega não representa nada disso.

O que está a dizer é que o Chega não é uma ameaça ao CDS?

O CDS tem de confiar no que é. Não tem de viver atemorizado nem temer comparações. Agora, há um outro ponto que não deixa de ser aqui complementar e muito relevante: o CDS tem de saber ler a evolução dos tempos. Há uma reconfiguração político-partidária em curso a mudar o mapa na Europa e também em Portugal. Na Europa, partidos que estavam no poder há décadas são partidos que praticamente desapareceram ou estão reduzidos à irrelevância. E dou-lhe exemplos: o Partido Socialista francês do grande François Mitterrand, os republicanos em França, a Forza Italia, o PASOK na Grécia. Mas, em contrapartida, há novos partido que surgiram e ascenderam ao poder: o Podemos em Espanha, o 5 Estrelas em Itália, o Syriza na Grécia… Os ventos chegam mais tarde a Portugal, mas acabam por chegar. Essa reconfiguração partidária teve uma repercussão partidária à direita e levou a Iniciativa Liberal e o Chega para o Parlamento.

E o CDS perdeu votos.

Depois da geringonça, em 2015, há uma nova doutrina que foi firmada no entendimento político em Portugal e que mostrou que o PS não se importa de governar sozinho mesmo tendo perdido eleições. E agora pergunto: não devemos aceitar o poder, nós, CDS e PSD, sob o pretexto do extremismo do Chega? E em alternativa entregar o poder ao extremismo do PCP ou do Bloco? Fazer o jeito ao PS? Isto faz algum sentido? Obviamente, não faz nenhum sentido. Digo-lhe o seguinte: se estiver em causa a possibilidade de um Governo liderado pelo CDS e pelo PSD para evitar que os socialistas governem, como de resto aconteceu nos Açores, o Chega é que terá de decidir se viabiliza um Governo PSD/CDS, como sucedeu nos Açores. E esse é um problema que não é o CDS que tem de resolver, com toda a certeza. Quem tem de resolver é o Chega: apoia e retira a esquerda do poder ou apoia a esquerda e leva o dr. António Costa ou o Partido Socialista à liderança do país. Dito isto, a prioridade do CDS, que é um partido de direita, humanista, personalista, conservador e democrata cristão, deve ser a de se manter relevante na democracia portuguesa para que, com o somatório dos votos, possa continuar a ser essa alternativa com o PSD.

Em sua opinião, nem o CDS nem o PSD teriam de fazer qualquer esforço numa solução de alternativa à direita. Teria de ser o Chega a decidir se queria viabilizar um Governo de centro-direita ou permitir uma governação de esquerda.

Claramente, claramente. Tal como sucede em muitas autarquias e sucedeu na governação, o PSD e o CDS ( e, em alguns momentos, com o PPM) exerceram o poder. Nos Açores exercem agora o poder, mas não é em coligação com o Chega. O Chega dá o apoio parlamentar, ponto.

O que está a defender é que exclui coligações pré ou pós-eleitorais com o Chega, mas aceitaria o seu apoio parlamentar. É isso?

Não vejo nenhum pecado em aceitar um apoio parlamentar do Chega para evitar que os destinos do país fiquem entregues ao extremismo do Bloco de Esquerda e do PCP, que acabam por condicionar e manietar políticas num Governo do PS.

Portanto, o Chega não poderia ir para o Governo.

A fórmula que eu entendo adequada é a do apoio parlamentar.

Com o atual quadro parlamentar e tendo presente que o Bloco votou contra o Orçamento, acredita que esta legislatura chega ao fim?

Tenho ouvido vários comentários, alguns de pessoas até próximas do PS, outros de comentadores com razoável conhecimento do que vai sucedendo no país, antevendo um mandato mais curto. Talvez contrastando um bocadinho com essas opiniões, acredito que o Partido Socialista tem condições para concluir o seu mandato, até porque na atual composição parlamentar, no limite, há uma circunstância que unirá toda a esquerda: a possibilidade de a direita ir para o Governo. Se estiver em causa deixar o cair o PS, mas a direita voltar ao poder com eleições, acredito que a esquerda se una para que o PS se mantenha a governar. Mas acho que o espaço político do centro-direita tem de estar preparado para todas as circunstâncias.

Queria ouvir a sua opinião sobre o caso do SEF. Disse no início desta entrevista que o Presidente da República chegou tarde ao caso da morte de um cidadão ucraniano. Marcelo Rebelo de Sousa deveria ter colocado mais pressão para a saída do ministro Eduardo Cabrita?

O Presidente já tomou posições públicas fortes em vários momentos do seu mandato. E se há momento, por tudo o que está em causa, que justifique uma posição dessa contundência é o atual. O que sucedeu é simplesmente inqualificável num Estado de direito, numa democracia ocidental. Deve envergonhar-nos. O ministro Eduardo Cabrita já não deveria ser ministro. Chamo a atenção para o seguinte: o PS, o dr. António Costa e o ministro Eduardo Cabrita deveriam aprender com o exemplo do dr. Jorge Coelho, que na sequência da tragédia de Entre-os-Rios, com a queda da ponte, decidiu retirar consequências políticas. As consequências políticas não significam responsabilidade pelos factos. Mas significam dignificar o Estado. A responsabilidade é política, não é pessoal, não é jurídica. O ministro Eduardo Cabrita não aprendeu com esse exemplo, apegado que está ao poder, o dr. António Costa não aprendeu com esse exemplo, apegado que está a uma amizade muito antiga, que é legítima, com o seu ministro, e o Presidente da República também poderia ser mais exigente. E há uma outra coisa que gostaria de dizer: não podemos demonizar, estigmatizar todos os agentes do SEF, que na generalidade são extraordinários e desempenham as suas funções quase sempre sem meios.

Para fecharmos, como eurodeputado, qual é o principal desafio da presidência portuguesa da União Europeia?

Independentemente da nossa marca, a presidência portuguesa estará a viver o impacto fortíssimo do Brexit. Seja hard Brexit, seja um Brexit com acordo, a presidência portuguesa estará a governar em cima dos trabalhos em relação ao novo pacto das migrações, estará a trabalhar em plena crise pandémica (espero bem que a tempo de ser superada). Pessoalmente, gostava muito de ver a presidência portuguesa trazer a tragédia de Moçambique para o centro das preocupações de política externa da União Europeia.