Estados Unidos. Os 900 mil milhões de dólares que dividem o Congresso

Apoio financeiro que visa apoiar os lesados financeiros pela pandemia está a gerar discórdia no congresso dos Estados Unidos.

O congresso dos Estados Unidos pode estar prestes a aprovar um apoio financeiro de 900 mil milhões de dólares (cerca de 734 mil milhões de euros) para apoiar indivíduos e empresas que estejam a sofrer economicamente devido à pandemia.

Este apoio financeiro inclui um pagamento direto de 600 dólares (cerca de 490€) a cada individuo, um aumento de 300 dólares (cerca de 245€) por semana a quem esteja em situação de desemprego e apoios para as pequenas empresas e para os Estados que pretendam distribuir a vacina contra a covid-19

O pacote de ajuda às vítimas da covid-19 deve ser anexado a um projeto de lei de 1,4 mil milhões de dólares (cerca de 1,1 mil milhões de euros) que servirá para financiar as atividades do governo dos Estados Unidos até setembro de 2021.

O acordo deveria ter sido assinado na passada sexta-feira, no entanto, uma vez que democratas e republicanos não alcançaram um acordo que agradasse ambas as partes, teve de ser aprovado um adiamento provisório de dois dias que terminou ontem à meia noite.

Uma das principais desavenças que impedem a aprovação do acordo é o programa de empréstimos da Reserva Federal, sistema de bancos centrais dos Estados Unidos.

O objetivo seria manter a capacidade do banco central para estabelecer programas de empréstimos de emergência sem a aprovação do Congresso, explica o Wall Street Journal, no entanto, os republicanos pretendem limitar a capacidade de conceder crédito da Reserva Federal a empresas médias e outras instituições, afirmando que os democratas irão aproveitar esta legislação para criar um “fundo para subornos” para os governos locais e estaduais que controlam.

Os democratas defendem que esta medida servirá para aliviar a crise pandémica, restringir os poderes desta instituição apenas servirá para piorar a crise fiscal e argumentam que pode dificultar a capacidade do novo governo do Presidente eleito, Joe Biden, para estimular a economia americana.

A incapacidade para levar este acordo a bom porto quase levou a um “shutdown” do Governo Federal dos Estados Unidos, apesar de não ser um cenário inédito, este ano teria sido desastroso devido ao colapso da economia e aos números recorde de mortes diárias por covid-19, entre sábado e domingo, este país registou 2.971 mortos e 215.185 infetados com coronavírus.

Equipa contra alterações climáticas Apesar das discórdias do Governo Federal, a administração de Biden continua a ganhar forma, depois do Presidente eleito ter anunciado no sábado a equipa que irá liderar a luta contra as alterações climáticas.

Entre os nomeados está a congressista Deb Haaland, natural do Novo México e membro da tribo Pueblo de Laguna, que poderá tornar-se a primeira nativa americana a chefiar o departamento do Interior.

“Sou um testemunho vivo do fracasso dessa ideologia horrível”, disse Haaland, referindo-se às tentativas do governo dos Estados Unidos no século XIX de “civilizar” ou exterminar as tribos índias norte-americanas. “Ergo-me sobre os ombros dos meus antepassados e de todos aqueles que se sacrificaram para que eu pudesse estar aqui”, afirmou a congressista que irá assumir a pasta que gere as questões relacionadas com os nativos norte-americanos.