Após três semanas de isolamento, Graça Freitas regressa ao trabalho

A Diretora-Geral da Saúde diz estar “grata à natureza” que a permitiu “passar por isto bem”.

Após três semanas de isolamento profilático, a Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, recuperou da covid-19 e vai regressar ao trabalho esta segunda-feira. Apesar de ter cumprido todas as medidas de prevenção, a dirigente ficou infetada com o novo coronavírus mas, já recuperada, garantiu, em entrevista ao SOL no sábado passado, estar “grata à natureza” que a permitiu “passar por isto bem”.

A dirigente revelou que terá sido infetada na Direção-Geral da Saúde (DGS): “Eu estava no meu piso e três especialistas estavam no piso 3, numa videoconferência. Fui assistir ao final. Estávamos todos com máscara. Uma das pessoas estava doente e não sabia”, adiantou. “Penso que como estavam a trabalhar há bastante tempo numa sala que não é grande pode não ter havido o arejamento suficiente. É uma teoria. Mas não estive lá mais de meia hora e quando saí para o gabinete não tinha a sensação de que tivesse estado numa situação de risco”, avançou.

A reunião foi na sexta e, no domingo uma colega telefonou a Graça Freitas a informá-la de que havia feito um teste à covid-19 e que o resultado havia sido positivo. Entretanto, a médica já tinha começado a ter sintomas “ligeiros, inespecíficos”. A confirmação veio a 2 de dezembro. “A minha grande aflição foi pensar que o meu marido podia estar contagiado”, mencionou, revelando sentir uma “sensação de gratidão pela vida”.

“Custa muito pensar nos outros. Vivo sozinha com o meu marido e desde que isto começou não tivemos nenhum contacto, tirando a nossa empregada que, quando entra, nós saímos”, constatou Graça Freitas, adicionando que não recebe visitas em casa. “Temos sido muito parcimoniosos a visitar a família, só quando é mesmo necessário”, rematou.

Agora, diz sentir um “grande alívio”, pois esperava “ter uma forma grave” da covid-19 por ter “antecedentes de doença complicados”. Assim, declarou que está feliz por “não ter tido nenhuma complicação e não ter infetado ninguém”.

Apesar de, em relação à sua experiência no âmbito desta doença, ter esclarecido que passou por “uma sensação de vulnerabilidade”, disse que não teve febre nem sentiu cansaço extremo, mas sim necessidade de repousar.

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