DGS publica norma sobre campanha de vacinação contra a covid-19

Vacina é indicada a partir dos 16 anos e deve ser administrada em duas doses com intervalo mínimo de 21 dias.

DGS publica norma sobre campanha de vacinação contra a covid-19

A Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou a norma sobre a Campanha de Vacinação contra a covid-19, dirigida aos médicos, enfermeiros e farmacêuticos do sistema de saúde.

Segundo o documento, datado de quarta-feira, “a vacinação contra a covid-19 com Comirnaty deve respeitar as regras gerais de vacinação, constantes da Norma do Programa Nacional de Vacinação em vigor, exceto nos aspetos especificamente mencionados nesta norma”.

De realçar que a Comirnaty, vacina desenvolvida pela BioNTech e pela Pfizer, foi a primeira a ser aprovada pela Agência Europeia do Medicamento. De acordo com a norma da DGS, a vacina é indicada a partir dos 16 anos e deve ser administrada em duas doses com intervalo mínimo de 21 dias.

"Se houver atraso em relação à data marcada para a 2.ª dose, ou por qualquer intercorrência não puder ser administrada a 2.ª dose, a mesma será administrada logo que possível", lê-se.

O documento sublinha ainda que as pessoas com covid-19 não foram excluídas dos ensaios clínicos de fase 3 da vacina e que, atualmente, não existe qualquer evidência que sugira risco para estas pessoas ou ausência de eficácia. Contudo, “num cenário em que a disponibilidade das vacinas é ainda limitada, devem ser priorizadas as pessoas com maior risco/ vulnerabilidade de contrair a infeção por SARS-CoV-2, pelo que a vacinação não deve ser priorizada para as pessoas que recuperaram da covid-19".

Ainda assim, não existe estudos sobre a administração da vacina durante a gravidez e desconhece-se se esta vacina é excretada no leite humano. "Se os benefícios esperados ultrapassarem os potenciais riscos para a mulher, a vacina poderá ser considerada, por prescrição do médico assistente”, refere a norma.

O documento ressalva ainda que as pessoas que tenha sintomas sugestivos de covid-19 não se devem dirigir aos pontes de vacinação e devem contactar o SNS24.

Por outro lado, a vacinação de pessoas com doença aguda grave, com ou sem febre, deve aguardar até à recuperação completa, de forma a evitar a sobreposição dos sintomas da doença com eventuais efeitos adversos à vacinação.

Em caso de reação anafilática prévia a medicamentos (incluindo vacinas) ou alimentos – a vacinação deve ser realizada em meio hospitalar e por indicação do médico assistente.

"Não está ainda estudada a interação desta com outras vacinas. Atendendo a que é uma vacina nova, e também para permitir a valorização de eventuais efeitos adversos, a administração desta vacina deve, sempre que possível, respeitar um intervalo de quatro semanas em relação à administração de outras vacinas. Contudo, se tal implicar um risco de não vacinação, a mesma não deve ser adiada", recomenda, referindo que no ato vacinal, a informação sobre vacinas administradas nas 4 semanas anteriores deve ser verificada no registo individual da vacinação.

Segundo a DGS, as reações adversas muito comuns (=1/10) são ligeiras ou moderadas em intensidade e resolvidas alguns dias após vacinação: dor no local da injeção, fadiga, cefaleias, mialgia e calafrios, artralgia, pirexia (mais frequente após a 2.ª dose), tumefação no local da injeção. Estes efeitos podem ser menos intensos com a idade.

As pessoas devem aguardar, na posição sentada ou deitada, pelo menos 30 minutos antes de abandonar o local onde foram vacinadas.

"Todos os doentes com suspeita de reação alérgica à vacina deverão ser referenciados, com caráter prioritário, a serviços de imunoalergologia para esclarecimento diagnóstico da reação", lê-se.

Todos os atos vacinais devem ser prontamente registados na Plataforma Nacional de Registo e Gestão da Vacinação, no Boletim Individual de Saúde, e, se disponível, no cartão de vacinação fornecido conjuntamente com a vacina.

Recorde-se que as primeiras vacinas da covid-19 chegam a Portugal no sábado e a vacinação arranca no domingo. Na segunda-feira chegam mais 70 mil doses e, ao longo de janeiro, cerca de 80 mil a cada semana.

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