Motoristas portugueses retidos em Dover devem passar a fronteira este sábado ao final do dia

Antram considera que “terão de ser assumidas as responsabilidades políticas” por todo o incómodo causado aos motoristas e às empresas nos últimos dias.

A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) acredita que os cerca de 300 motoristas portugueses retidos em Dover, no Reino Unido devem regressar este sábado ao final do dia.

“Nós acreditamos que de manhã, às primeiras horas da manhã, ainda mais de 100 motoristas não tinham passado a fronteira. Neste momento acreditamos que até ao final do dia todos os motoristas terão passado a fronteira e estarão em trânsito para as suas localidades”, afirmou o porta-voz da Antram, André Matias de Almeida, em declarações à agência Lusa.

“A última informação que tínhamos é que, até ao final do dia de hoje, a situação estará regularizada, mas que ainda não está”, acrescentou.

Para André Matias de Almeida “terão de ser assumidas as responsabilidades políticas” por todo o incómodo causado aos motoristas e às empresas nos últimos dias.

Recorde-se que a circulação de camiões entre o Reino Unido e França ficou suspenso durante 48 devido à deteção de uma nova variante da covid-19, no sul de Inglaterra, que pode ser até 70% mais contagiosa. Na quarta-feira, França abriu a fronteira mas obriga os motoristas a mostrar um teste negativo à covid-19 para entrar no território.

O porta-voz da Antram e também advogado disse  que “nos 3.000 testes havia apenas três a cinco motoristas infetados”.

"Sucederam-se convívios entre motoristas, como é normal, depois de estarem ali retidos e, portanto, cumpre perguntar se esses motoristas entretanto se infetaram todos uns aos outros – perante estes testes negativos que, como sabemos, não correspondem ao período de incubação – quem é que vai assumir a responsabilidade política, se houver muito mais motoristas infetados a trazer essa nova estirpe para a Europa continental, coisa que não aconteceria se estes motoristas estivessem em trânsito dentro dos seus próprios camiões", apontou o responsável.

“É óbvio que, agora, com o regularizar da situação, o desfoque neste caso vai acontecer, mas isso nem sequer atribui às empresas melhores condições económicas, face ao prejuízo que tiveram com esta situação, nem, por outro lado, coloca estas pessoas a passar o Natal com as suas famílias”, completou.