Governo esclarece que “TAP não teve qualquer acréscimo de custos salariais”

Em causa está a remuneração de três administradores da companhia aérea portuguesa.  Miguel Frasquilho, chairman da TAP,  “já comunicou a intenção de renunciar qualquer diferencial que resulte de acumulação das funções com efeitos à data de 28 de outubro”, esclarece o Governo. 

O Ministério das Infraestruturas e Habitação esclareceu, esta terça-feira, que a TAP não teve acréscimos de custos salariais com as funções desempenhadas pelos três administradores, depois de ter surgido uma polémica relacionada com o aumento dos ordenados dos gestores, "bem pelo contrário". Na nota enviada às redações, o Governo esclarece que ocorreu uma redução em 33% da renumeração em valores brutos, comparativamente aos valores de março. 

Em causa estão várias notícias, lançadas esta segunda-feira, sobre o aumento do ordenado de vários administradores da TAP, entre eles o CEO interino Ramiro Sequeira, que viu, de acordo com os órgãos de comunicação social, o seu ordenado duplicar, numa altura em que a empresa está a enfrentar uma crise. 

"Ramiro Sequeira era até setembro passado chief operating officer (COO) da TAP e passou a presidente executivo interino (CEO). Passou, assim, a ocupar uma função com um evidente acréscimo de responsabilidades, e que implicou um aumento salarial. Ainda assim, importa referir que Ramiro Sequeira aceitou um salário bastante inferior ao salário de referência do seu antecessor nas mesmas funções, Antonoaldo Neves. Portanto, o CEO da TAP não teve qualquer aumento de remuneração, pelo contrário, verificou-se uma diminuição", esclareceu a tutela chefiada por Pedro Nuno Santos. 

Em relação a Miguel Frasquilho, chairman da TAP, que acumulou o novo cargo com as funções que já exercia como presidente do Conselho de Administração da TAP S.A. e da Portugália "a remuneração foi automaticamente ajustada às funções desempenhadas, sem que tenha existido qualquer aumento de massa salarial paga para as funções acumuladas", aponta o Governo, esclarecendo que o administrador "já comunicou a intenção de renunciar qualquer diferencial que resulte de acumulação das funções com efeitos à data de 28 de outubro".

O ministério esclarece ainda que os "valores que têm sido noticiados não são aqueles que efetivamente têm sido pagos aos três administradores, uma vez que se tratam de valores brutos, sobre os quais têm sido aplicados reduções que atingiram os 35% durante o lay-off (uma percentagem de corte superior à que foi aplicada aos trabalhadores) que e se mantêm neste momento nos 5%, quando a TAP já não está a aplicar cortes nos vencimentos dos trabalhadores". 

Na nota, o Governo garante que quando o plano de restruturação estiver a ser aplicado, o corte salarial dos trabalhadores atingirá um máximo de 25% (e apenas nos salários mais elevados), e no caso dos administradores será de 30%.