I Liga. César Peixoto é a sétima demissão desde o início da época

O Moreirense perdeu o técnico César Peixoto, que estava no clube há menos de dois meses, e é já a sétima demissão desde o início da temporada da Primeira Liga.

O técnico de Guimarães tomou o comando do Moreirense, ocupando o lugar deixado por Ricardo Soares, há menos de dois meses. Atingiu a primeira vitória na 11ª jornada, frente ao Santa Clara, por uma bola a zero. Até então, juntam-se duas derrotas e dois empates na liga. Já na Taça de Portugal, o técnico venceu as duas partidas em que jogou a equipa de Moreira de Cónegos.

A demissão, a poucas horas da partida contra o FC Porto, partiu da iniciativa própria do treinador, como se pode ler no comunicado publicado pelo Moreirense. O clube agradeceu ainda “todo o profissionalismo”, bem como “à sua equipa técnica, desejando-lhes os maiores sucessos desportivos e pessoais”.

O treinador adjunto da equipa de Moreira de Cónegos confessou, em conferência de imprensa, “alguma surpresa” com a saída de César Peixoto, afirmando que nem ele nem os jogadores esperavam essa decisão. “Se vai afetar a equipa? De uma determinada forma penso que sim, porque o César era o nosso líder. Mas conheço o grupo que temos e os atletas são perfeitamente capazes de superar isso”, referiu ainda na antevisão da partida com o Futebol Clube do Porto, no sábado.

César Peixoto é o sétimo treinador a abandonar o lugar de técnico nesta temporada. A 30 de dezembro, o Rio Ave confirmou a saída de Mário Silva do comando, ficando Pedro Cunha, treinador da equipa B, ao leme da equipa de Vila do Conde, com quem Mário Silva somou 11 pontos, com apenas duas vitórias em onze jornadas.

Duas semanas antes, Lito Vidigal deixava o comando do Marítimo, após a derrota por duas bolas a uma perante o Benfica, somando duas vitórias, um empate e cinco derrotas. O clube madeirense é treinado desde então pelo interino Milton Mendes.

No Boavista, o comando da equipa passou também de Vasco Seabra para o ex-FC Porto Jesualdo Ferreira, que assinou até 2022 e ainda não conseguiu vencer uma única partida com a equipa do Bessa.

A estes treinadores demitidos junta-se Tiago Mendes, que abandonou o Vitória de Guimarães na terceira jornada e foi substituído por João Henriques. 

Já Rui Almeida tinha tomado o comando do Gil Vicente em maio de 2020, marcando a sua primeira experiência como treinador principal em Portugal, sendo que já tinha sido adjunto de Jesualdo Ferreira no Sporting e no Sporting de Braga. Em novembro de 2020, deixou o clube de Barcelos para dar lugar a Ricardo Soares.

Em pouco mais de 3 meses de competição, as equipas portuguesas viram sete dos seus treinadores abandonar os lugares, tanto por iniciativa própria como por ordens do clube.

Onda mundial de demissões

As demissões dos treinadores além-fronteiras também não têm sido poucas, com a mais marcante sendo a saída de Thomas Tuchel do comando do PSG, apesar de ter conseguido bons resultados com a equipa nos seus últimos jogos como técnico dos parisienses. Para o seu lugar vai Mauricio Pochettino, o argentino que jogou no emblema francês entre 2001 e 2003.

Já no Vasco da Gama, o técnico português Ricardo Sá Pinto despediu-se do clube carioca nos últimos dias de 2020. “Saio inconformado por não ter podido concluir o projeto idealizado. Os próximos jogos contra adversários diretos, que há muito aguardávamos, iam permitir-nos sair do Z4 e alcançar a Sul-Americana. A nossa visão ia mais longe, levando este clube a disputar outros objetivos e títulos que merece”, desabafou o técnico nas redes sociais, após a oficialização da sua saída do clube brasileiro. Para o lugar de Sá Pinto irá o treinador brasileiro Vanderlei Luxemburgo, que treinou várias equipas do campeonato brasileiro, a seleção nacional do país e teve até uma breve passagem pelo Real Madrid. O campeonato brasileiro viu 23 trocas de treinadores em 27 jornadas, com Sá Pinto a ser a mais recente.