Um ano sem previsões…

Há esperança no ar com a vacina e todos contamos com um regresso à normalidade ou ao que podemos vislumbrar da mesma, mas será que o mundo alguma vez voltará a ser o mesmo?

Parece-me claro que tudo o que é astrólogo ou vidente terá uma vida complicada no fim deste ano. Como convencer os demais que as suas previsões têm algum fundamento, quando 2020 é que era e tudo saiu gorado, ao lado e, acima de tudo, inesperado..

Talvez algum iluminado o tenha pressagiado mas ninguém esperava o que nos aconteceu e muito menos com o impacto com que tudo o que aconteceu. Ninguém esperava hoje em dia usar constantemente palavras como quarentena, isolamento, lockdown, recolher obrigatório… todo um novo léxico que se tornou comum.. 

Balanços então nem vale a pena fazer porque passámos o ano a analisar o contexto, o impacto, as mudanças e tudo mais, ainda que muitas vezes sem dados e sem deixar a história seguir o seu curso. Em matéria de marketing e comunicação fomo-nos adaptando, respondendo ao novo normal e às necessidades prioritárias, num caminho desconhecido mas trilhado com muita perseverança e resiliência.

Fomos identificando tendências que seguramente vieram para ficar como a a aceleração da digitalização de tudo e mais umas botas (como se ela já não estivesse suficientemente acelerada), o foco nos bens mais essênciais e na proximidade, a realidade da ‘home sweet home’ como nova oportunidade para negócios ou o crescimento do e-commerce como resposta ao lockdown e ao medo de ir às lojas físicas. Algumas destas tendências vieram para ficar, outras poderão entrar em mutação, como o próprio vírus, e desembocar não sabemos muito bem onde. Por isso se torna ambicioso fazer previsões para 2021.

São muitas as análises e estudos que nos ajudam a prever minimamente o futuro, mas quem viu a pandemia a atacar já sabe ao dia de hoje que tudo pode acontecer… Há esperança no ar com a vacina e todos contamos com um regresso à normalidade ou ao que podemos vislumbrar da mesma, mas será que o mundo alguma vez voltará a ser o mesmo?

Será que às máscaras desaparecerão de vez um dia? Será que certas medidas sociais não serão totalmente incorporadas no nosso dia a dia? É certo que todos ansiamos por abraços e beijos mas who knows. 
Sabemos que todos seremos mais prudentes, e que, mesmo as marcas. assim avançarão, numa navegação à vista que permita reagir, agir e quem sabe voltar a arrojar. Não que o arrojo tenha desaparecido completamente, mas de facto as circunstâncias assim o ditaram.

Por isso, não façamos previsões, nem planos, mas antes definamos um conjunto de intenções… e quem sabe se 2021 nos deixará cumpri-las. Vamos acreditar, até porque melhor do que 2020 não será difícil… sempre com a melhor das estratégias para garantir que nos mantemos alive and kicking, em tudo.

Feliz ano novo!