Centro Hospitalar de Lisboa refuta acusações de tratamento indigno

O SMZS fala numa perturbação para os doentes que permanecem com um “cadáver no quarto”.

Depois de uma denúncia feita no passado domingo pelo Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) acerca do tratamento inadequado de cadáveres no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHULC), o grupo de hospitais veio refutar as acusações.

De acordo com a nota enviada pelo SMZS às redações, “após o falecimento de doentes com covid-19, tem sido frequente o atraso na recolha do corpo, muito além do tolerável nesta situação”. O sindicato refere que, em alguns casos, os cadáveres “permanecem largas horas na enfermaria onde faleceram, muitas vezes ao lado de doentes internados”. Assim sendo, o SMZS reporta uma “violação inaceitável das boas práticas em caso de falecimento”, da qual “resulta uma compreensível perturbação significativa para os doentes que permanecem internados com um cadáver no quarto e uma gravíssima ausência total de dignidade na manipulação dos corpos dos doentes falecidos, mostrando uma atitude desumana para com doentes e os seus familiares”.

No entanto, no comunicado enviado pelo CHULC à agência Lusa pode ler-se que o mesmo “refuta qualquer referência a tratamento indigno de cadáveres e garante que o transporte dos mesmos é efetuado de acordo com o procedimento interno, que respeita todas as normais de higiene, segurança e dignidade exigidas”.

O CHULC é constituído por seis hospitais – Hospital de São José, Hospital Curry Cabral, Hospital Dona Estefânia, Hospital de Santa Marta, Hospital de Santo António dos Capuchos e Maternidade Alfredo da Costa –, onde, neste momento, a necessidade de transporte é elevada, “numa altura de grande pressão do ponto de vista assistencial”. No comunicado é ainda esclarecido que o transporte é assegurado por viaturas “dedicadas e preparadas para o efeito” que servem outros hospitais da zona de Lisboa “quando é necessário o transporte de cadáveres para o Instituto de Medicina Legal”.

Ainda assim, para concluir a nota, o CHULC refere que vai avaliar “eventuais situações que se possam aproximar ao que é relatado, de forma a aferir a sua conformidade com os procedimentos definidos”.