Nova variante pode trazer novas restrições para as escolas, admite Graça Freitas

A diretora-geral da Saúde explicou na conferência desta terça-feira que a nova variante consegue propagar-se com maior facilidade nos jovens do que outras variantes.

Graça Freitas marcou novamente presença na habitual conferência de imprensa sobre a situação pandémica em Portugal. Os assuntos que mereceram mais atenção por parte da diretora-geral da Saúde foram a nova variante de SARS-CoV-2 e também o processo de vacinação.

Segundo os dados recolhidos até ao momento, a nova variante do vírus “parece transmitir-se mais facilmente, mas não há indicações de ser mais grave”, explicou Graça Freitas que garantiu que Portugal está a estudar ao pormenor a nova variante.

“Só pela quantidade pode constituir um risco acrescido”. Este risco pode associar-se facilmente às escolas que podem sofrer algumas alterações com a adaptação desta nova variante. Graça Freitas admitiu que o ministério da Saúde está a pensar em novas de medidas de contenção nas escolas, porque “as indicações vão no sentido de se propagar mais facilmente entre os mais jovens que as outras variantes”, esclareceu. Contudo, esta possibilidade ainda “carece de confirmação”.

Em relação às vacinas, a diretora-geral da Saúde abordou o tema da funcionária do IPO do Porto que morreu depois de ter recebido a vacina da covid-19. Ainda sem grandes atualizações sobre o caso, Graças Freitas disse que a morte “ainda está em investigação” e que será necessário “aguardar serenamente” pela sua conclusão. Porém, “há fenómenos que podem estar temporalmente relacionados, não quer dizer que um seja por causa do outro”, admitiu.

De acordo com os dados divulgados por Graças Freitas, Portugal já administrou 32 mil doses de vacina desde 27 de dezembro, o primeiro dia de vacinação no país. É de reforçar que este valor não representa o número total de pessoas vacinadas, “como sabem, cada pessoa deve receber duas doses por isso, estas 32 mil carecem de outras 32 mil para completar o esquema vacinal.”, avisou a responsável.

Neste momento, os assessores da direção-geral de Saúde em simultâneo com as autoridades de saúde internacionais estão a estudar o impacto do eventual alargamento ou não do período ao fim do qual se recebe a segunda dose da vacina contra a covid-19.

A farmacêutica Pfizer recomenda que a segunda dose seja administrada ao fim de 21 dias, um período que poderá ser alargado (ou não) até aos 42 dias. Esta opção está a ser estudada, contudo, enquanto não existir provas dos impactos desta estratégia, o esquema das três semanas entre as duas doses manter-se-á.

Na conferência, Graças Freitas anunciou que Portugal está a tentar adquirir mais vacinas através de vários mecanismos. O ministério da Saúde está a estabelecer contacto nacional com as empresas fornecedoras para comprar as doses, não deixando apenas esse contacto nas mãos da Europa. “Tudo faremos para termos mais vacinas num curto período de tempo”, prometeu a diretora-geral da Saúde, porém é necessário relembrar que “as vacinas vão chegando à medida que são produzidas”.