Venda de vinho para a restauração com “quebra de 50%” até setembro

As perspetivas não são animadores com a associação do setor a defender quer a situação não deverá melhorar nos próximos meses.

As vendas de vinho para a restauração sofreram uma quebra de 50% até setembro devido à pandemia. Os números foram avançados pela Associação de Vinhos e Espirituosas de Portugal (ACIBEV) e acredita que a situação não deverá melhorar nos próximos meses. “As vendas para a restauração sofreram uma quebra de perto de 50% tanto em volume como em valor e não é expectável que a situação melhore nos próximos meses, já que a situação epidemiológica é grave, a confiança dos consumidores está em níveis muito baixos e não iremos contar com o fluxo de turismo que tivemos nos anos anteriores”, disse.

O mercado nacional de vinho – que inclui a distribuição e a restauração – só nos primeiros nove meses do ano passado registou uma uma quebra de 10,9% em volume e 24,2% em valor, face ao ano anterior, tendo o preço médio diminuído 14,9%.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), as exportações de vinho nacional registaram um aumento de 3,4% em volume e 2,3% em valor em julho e agosto, em comparação com o mesmo período de 2019. No entanto, tendo em conta apenas os valores do primeiro semestre de 2020, as exportações registaram descidas de 1,2% em volume e 0,9% em valor, sobretudo impactadas pelos resultados do segundo trimestre (retrocessos de 4,9% em volume e 2,9% em valor”, quando a pandemia “começou a afetar drasticamente os países da Europa”, explica a ACIBEV. E acrescenta: “verifica-se “uma grande volatilidade nos mercados internacionais”, com “quebras acentuadas” nas exportações portugueses para a China, Angola, Alemanha e França.

“O setor vitivinícola é um grande impulsionador da economia nacional e um instrumento relevante para a manutenção das comunidades rurais e ordenamento do território, por providenciar emprego, oportunidades de investimento, estabilidade económica e sustentabilidade ambiental”, concluiu.