Moreira e Selminho

Estamos habituados a ver o Ministério Público fazer uma coisa que não lhe compete nada, e só prejudica a Justiça: arrastar o nome das vítimas dos seus processos pela lama, sobretudo quando se trata de gente conhecida.

por Pedro d'Anunciação

No caso Selminho, que opõe o Ministério Público ao presidente da Câmara da Porto, Rui Moreira, a minha predisposição vai toda para Moreira. Mas além disso, estamos habituados a ver o Ministério Público fazer uma coisa que não lhe compete nada, e só prejudica a Justiça: arrastar o nome das vítimas dos seus processos pela lama, sobretudo quando se trata de gente conhecida e prevê que os tribunais não lhe dê razão.

Sabe-se que o caso Selminho diz respeito e uns terrenos do Porto, que uma empresa ligada á família de Rui Moreira comprou à Câmara, depois de alguém alegar usucapião para deter a sua posse. Depois de os comprar, portanto, a uma família que pelo tal usucapião se dizia sua proprietária. O MP defende que os terrenos continuam a pertencer à Câmara do Porto, pelo que tal negócio não podia ser feito. Mas temos visto pelas notícias que Rui Moreira se terá posto de fora do assunto, passando o dossier a outro elemento do Executivo camarário, como parecia a melhor solução. Embora se fale na sua assinatura para dar poderes a quem teria tratado do tema.

Como digo, não conheço o assunto em profundidade, e tenho apenas uma predisposição. Não conheço pessoalmente ninguém ligado ao processo, pelo que por aí nada me faria hesitar em exprimir uma opinião. Mas entendo que os costumes do MP deixam muito a desejar.