Escolas abertas apesar do número de contágios

Apesar de estar previsto que as escolas continuem abertas durante o confinamento, existem muitos mais alunos em isolamento profilático.

A poucos dias de se confirmar um novo confinamento geral, as escolas ainda não sabem quais os passos que se seguem. Se, por um lado, o primeiro-ministro afirmou que se espera a imposição de “medidas do tipo das que se adotaram em março, menos o encerramento das escolas”, por outro, a ministra da Saúde admitiu ontem à saída de uma visita ao Hospital das Forças Armadas que a decisão só será tomada após a reunião com o Infarmed, marcada para esta terça-feira. Com os recordes de casos reportados na última semana à Direção-Geral da Saúde registaram-se também novos máximos de diagnósticos entre crianças e jovens. Ao todo, de segunda-feira a domingo, tiveram resultado positivo no teste ao vírus 2863 crianças até aos nove anos de idade (4,9% dos casos reportados no país) e 5577 crianças e jovens dos 10 aos 19 (9,6%) dos casos. Os dados da DGS, que o i analisou, mostram que na semana anterior tinham sido diagnosticados 4833 casos em crianças e jovens até aos 19 anos, com o diagnóstico a duplicar nestas faixas etárias ao longo da última semana. É assim natural que esta semana as escolas comecem com muito mais alunos em casa, entre infetados e colegas em isolamento, além das que já foram encerradas pelas autoridades. Contudo, tanto Jorge Ascensão, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), como Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamento e Escolas Públicas, explicam ao i que esse não é um número significativamente diferente daquilo que se observou no primeiro período. “As pessoas estão preocupadas devido ao aumento de casos mas vimos que não teve nada que ver com as escolas, visto que estiveram fechadas”, acrescenta o presidente da CONFAP. O próprio afirma acreditar que “não há razão nenhuma para fechar as escolas”

Contactado pelo i, Filinto Lima, diz que não existem para já quaisquer tipo de indicações específicas sobre como funcionará o ano escolar se se entrar num novo confinamento geral. Até agora, afirma Jorge Ascensão, “as escolas têm demonstrado que não são um problema no contágio, pelo contrário são dos sítios onde mais se cumprem as regras” e por isso é previsível que, “tal como outros serviços essenciais”, se mantenham abertas.

 

Vacinas para os profissionais escolares

Se as escolas continuarem abertas, Filinto Lima sugere que os testes rápidos “prometidos em outubro do ano passado, deixem de ser um anúncio que se evaporou e se passem a concretizar”, visto que trariam uma maior tranquilidade à comunidade escolar. O presidente da ANDAEP acredita ainda que, os profissionais da educação, “professores e funcionários”, deveriam estar incluídos “nos grupos prioritários da toma da vacina” contra a covid-19. Também o Sindicato de Todos os Professores (STOP) se pronunciou relativamente a este assunto tendo emitido um comunicado em que se mostra indignado face à ausência dos professores nos grupos prioritários do plano de vacinação. “Isto é respeito? Ou o Estado estará a contar que os professores não se deem ao respeito?” – está escrito no documento. Mais abaixo no comunicado pode ainda ler-se: “Somos considerados prioritários para o funcionamento das escolas e da economia mas, paradoxalmente, somos desconsiderados em termos de plano de vacinação (independentemente da opinião de cada um sobre a eficácia da vacina).