António Carlos de Almeida Braga morre em Portugal aos 94 anos

O ex-banqueiro Braguinha morreu, ontem, aos 94 anos, na sua casa na Quinta da Penalva, em Sintra. Deixa um vasto legado no mundo dos negócios e do desporto, onde somou amigos, como Ayrton Senna, Pelé ou Gustavo Kuerten.

O brasileiro António Carlos de Almeida Braga, conhecido como Braguinha, empresário do ramo financeiro, mecenas do desporto, amigo pessoal de figuras como Pelé, Emerson Fittipaldi e Gustavo Kuerten ou dos já falecidos Ayrton Senna e João Havelange morreu, ontem, aos 94 anos, na sua casa na Quinta da Penalva, em Sintra.

Braguinha nasceu em 1926, em São Paulo, Brasil, e destacou-se como um dos grandes investidores da bolsa brasileira nos anos de 1980. Foi proprietário de uma das maiores seguradoras do país, a Atlântica Seguros, empresa que, mais tarde, se viria a fundir com a Bradesco Seguros, instituição que liderou. Depois de sair da Bradesco – na sequência de desentendimentos com o acionista Amador Aguiar –, Braguinha fundou o seu próprio banco: o Banco Quando decidiu reformar-se, passou a administração dos negócios para os seus filhos, passando a repartir a sua vida entre Brasil – onde se dividia entre as suas residências no Rio de Janeiro e Angra dos Reis, entre o Natal e o Carnaval –, Portugal e a sua casa no Condomínio Lyford Cay, em Nassau, nas Bahamas, onde era vizinho do também recentemente falecido ator escocês Sean Connery (com quem habitualmente privava).

Na reforma, o ex-banqueiro Braguinha pôde dedicar-se em exclusivo à sua grande paixão: o  desporto, que sempre apoiou fervorosamente. Era comum vê-lo em provas dos circuitos mundiais de Fórmula 1 ou ténis, apoiando os grandes atletas brasileiros.

Em 1994 viveu um dos momentos mais tristes da sua vida, quando viu o seu amigo Ayrton Senna morrer praticamente nos seus braços. Braguinha estava em Imola e viajou no helicóptero que transportou o malogrado piloto brasileiro até ao hospital, onde o seu óbito viria a ser confirmado.

Braguinha foi ainda o grande patrocinador do voleibol brasileiro, contribuindo decisivamente para que as seleções canarinhas, masculina e feminina, se tornamssem nas melhores do mundo, somando títulos mundiais e olímpicos. Em 2013, foi agraciado com o título de Grande Benemério do Fluminense, clube carioca pelo qual torcia.

Na vida pessoal, foi casado por duas vezes, com  Vivi Nabuco (entre 1953 e 1967) e com Luíza Eugénia Konder (desde 1968). Tinha seis filhos.

Em Portugal, colecionou amigos, um dos seus melhores era Bernardo Reino, proprietário do restaurante Gigi, na Quinta do Lago, no Algarve. “É uma tristeza muito grande. Perdi um grande amigo, um homem notável”, disse ao i Bernardo Reino. António de Almeida Braga encontrava-se, no entanto, doente há cinco anos. Ontem, por volta da hora do almoço, despediu-se de uma vida longa. Tinha 94 anos, e deixa um vasto legado.