Município de Lisboa adere a programa para promover saúde mental

Começam hoje e decorrem até amanhã as sessões de “capacitação de dinamizadores locais”.

A Câmara Municipal de Lisboa vai iniciar hoje a sua participação nas sessões de “capacitação de dinamizadores locais” desenvolvidas pela associação ManifestaMente, com o patrocínio do Programa Nacional para a Saúde Mental da Direção-Geral da Saúde e em parceria com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Esta iniciativa está inserida no programa Kit Básico de Saúde Mental, lançado em outubro do ano passado.

O objetivo é fazer com que várias autarquias no país sejam capazes de “melhorar a saúde mental da sua comunidade, mesmo que não tenham formação prévia em saúde, rentabilizando o facto de conhecerem as suas comunidades locais melhor do que ninguém”, afirma a presidente da associação, a enfermeira Ana Mina, num comunicado enviado às redações. Na região do Alentejo foram já nove as autarquias que aceitaram participar no projeto, desenvolvido com o apoio da Administração Regional de Saúde do Alentejo. Neste caso, contactada pelo i, Ana Mina explicou que a população estava “muito entusiasmada” com o projeto. Beatriz Lourenço, a coordenadora do programa, afirmou no comunicado que os “dinamizadores locais” – membros da autarquia que receberam a formação – “têm estado dedicados a conhecer ainda melhor as suas comunidades, as suas necessidades em termos de saúde mental, e a estabelecer parcerias com alguns recursos locais já existentes”.

A enfermeira esclareceu que na autarquia de Lisboa existem 28 inscritos nos workshops desenvolvidos por uma equipa multidisciplinar, que começam hoje e decorrem até amanhã. Nos workshops, a maioria dos inscritos são sociólogos e assistentes sociais, visto que “são aqueles que mais contactam com a população”, avança Ana Mina.

Depois dos dois workshops, a associação ManifestaMente vai fazer uma sessão de reflexão com os participantes para fazer um levantamento daquilo que encontraram no terreno e ajudar a criar dinâmicas de resposta para os problemas encontrados. Em alguns municípios alentejanos, essas reuniões decorrerão já no final de janeiro. O acompanhamento feito pela associação vai continuar durante seis meses depois da sessão de reflexão.

A capacitação de dinamizadores locais vai ter por base os conhecimentos possíveis de adquirir com o Kit Básico de Saúde Mental e, de acordo com Ana Mina, vai facultar a possibilidade de encontro entre soluções e problemas: “Muitas vezes, as soluções não sabem onde estão os problemas e os problemas não sabem onde estão as soluções”.

O Kit Básico de Saúde Mental está disponível desde 10 de outubro, o Dia Mundial da Saúde Mental. Já teve “mais de 7600 pessoas inscritas e mais de 1400 já completaram este curso online e gratuito”, pode ler-se no comunicado.